Deficientes visuais pedem ao Senado a publicação de obras com escrita ampliada
Francisco Marconcélio Sousa e Kátia Lúcia Alves Bezerra, filiados à Associação dos Deficientes Visuais de Mossoró, solicitaram que a Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado inclua no seu catálogo alguns títulos impressos na escrita ampliada. Eles justificaram que tal iniciativa permitiria aos portadores de baixa visão o acesso à leitura.O pedido será encaminhado ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, pelo diretor-executivo da Secretaria Especial de Informática do Senado (Prodasen), Evaldo Gomes Carneiro Filho, e por Carlyle Coutinho Madruga, membro do Conselho Editorial do Senado.
Evaldo Carneiro e Carlyle Madruga representaram o presidente Garibaldi Alves na entrega de publicações em braile a entidades que prestam apoio a deficientes visuais de Mossoró e cidades circunvizinhas. A solenidade ocorreu no início da noite da última sexta-feira (8), no estande do Senado instalado na Estação das Artes Eliseu Ventania, onde foi realizada a 3ª Feira do Livro de Mossoró, encerrada neste domingo (10).
- Nós, que temos baixa visão, temos poucas alternativas de leitura, já que não lemos em braile e também não conseguimos enxergar - lamentou Francisco Marconcélio.
As entidades beneficiadas com a doação foram o Centro de Apoio ao Deficiente Visual e a Associação dos Deficientes Visuais de Mossoró, da qual Marconcélio e Kátia fazem parte. Foram entregues exemplares da Constituição de 1988, da Constituição do Rio Grande do Norte, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, da Lei de Doação de Órgãos e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
João Ferreira de Oliveira Neto, agente administrativo do Centro de Apoio ao Deficiente Visual e portador de deficiência visual agradeceu a doação dos livros. Ele informou que a entidade atende a cerca de 25 portadores de deficiência visual de Mossoró, Baraúna, Apodi e Almino Afonso. A biblioteca do centro, além de pequena, é constituída quase em sua totalidade por obras de literatura, havendo grande necessidade de material pedagógico em braile, como livros de Língua Portuguesa, Física, Química e História.
- Seria muito importante também termos acesso a dicionário e gramática - disse João Ferreira.
O diretor do Prodasen, Evaldo Carneiro, lembrou que há mais de seis anos o Senado intensificou seus investimentos na publicação de material em braile. Ele disse que seria importante que outras gráficas de órgãos oficiais abraçassem a causa de produzir publicações na linguagem dos cegos. O conselheiro Carlyle Madruga lembrou que o acesso à leitura é um direito que todo cidadão brasileiro tem.
Roberto Homem/ Presidência do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
11/08/2008
Agência Senado
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