Delcídio explica o desligamento de energia na Região Nordeste




Falando pela liderança do governo, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que o corte do fornecimento de energia elétrica que afetou a Região Nordeste na madrugada do último sábado (5) foi um desligamento temporário, diferente do racionamento de energia ocorrido em 2001.

- Não temos nenhum risco daquele fantasma que aconteceu em 2001, que foi o racionamento de energia. Não confundam blecaute e apagão com racionamento. Racionamento é falta de energia permanente por meses; apagão e blecaute são desligamentos temporários, que evidentemente trazem transtornos para a população, mas têm muito menor impacto do que efetivamente o racionamento. Esse, sim, traz problemas enormes para a população e para o desenvolvimento do país - afirmou o senador.

Delcídio explicou que o problema foi causado por uma peça que protege a subestação de Luiz Gonzaga (PE), desligando as linhas quando há um curto circuito. No momento do desligamento, acrescentou o parlamentar, as condições climáticas eram boas e o sistema estava trabalhando fora do horário de ponta, "num momento absolutamente tranquilo".

Como os técnicos da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) e do Operador Nacional do Sistema (ONS) consideraram que o sistema estava normal, foi feito o religamento. Novamente, a proteção atuou fora de hora, uma vez que não havia defeito nenhum. Isso acarretou o desligamento da subestação de Luiz Gonzaga e de outras usinas importantes do sistema, das quais a principal é Sobradinho. Com a ausência das máquinas de Sobradinho, o sistema começou a oscilar e, como a Chesf é interligada com o sistema Sudeste e também com a Eletronorte, houve perda de sincronismo e a Região Nordeste ficou isolada.

­- Ao isolar o Nordeste, a geração não era adequada para atender toda a carga, e o esquema de alívio de carga entrou em operação. Só que não foi suficiente, porque ao aliviar a carga, houve uma sobretensão e a usina de Sobradinho acabou saindo também com o desligamento do parque gerador da Chesf - afirmou o senador, que já foi ministro de Minas e Energia.

Para Delcídio, é importante que o ONS e a Chesf façam uma análise aprofundada do que aconteceu. Ele afirmou que é preciso avaliar a forma como é feita a recomposição do sistema em uma situação como aquela. Defendeu também uma avaliação do sistema de alívio de carga e do sistema de proteção de perda de sincronismo. Disse também ser preciso saber por que a peça chamada MOD-3, de fabricação da General Electric, apresentou esse defeito, uma vez que ela é testada em muitas subestações. Acrescentou ainda que a manutenção do sistema de proteção da usina foi feita em outubro do ano passado.

- Portanto, é muito mais uma questão de estudo de sistema para ajustar a interligação e o Sistema Chesf do que qualquer outra coisa que coloque em risco o suprimento de energia para uma região tão importante para o Brasil - afirmou o parlamentar.



08/02/2011

Agência Senado


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