Delcídio quer maior participação do Congresso no planejamento estratégico de longo prazo



Retomando o primeiro discurso que fez no Senado, há quatro anos, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) voltou a defender a "urgente e grave necessidade" de o Congresso Nacional aprofundar tanto o debate sobre os programas de governo quanto sua participação no planejamento estratégico de longo prazo. Para isso, o senador disse que os parlamentares precisam criar mecanismos que agilizem a apreciação e a aprovação das leis orçamentárias.

- Independentemente de opções ideológicas ou partidárias, de questões regionais e de interesses setoriais, não se pode admitir que o projeto de lei orçamentária para 2006 somente tenha sido encaminhado à sanção no mês de maio; e que a lei de diretrizes orçamentárias para o ano fiscal de 2007, encaminhada no mês de abril, ainda não tenha sido apreciada - disse o senador.

Para Delcídio, o Executivo também precisa promover mudanças na forma de lidar com o orçamento federal, pois todos os anos, "com uma constância gregoriana", o Ministério da Fazenda libera os recursos "em doses homeopáticas", por medo de não alcançar as metas de arrecadação. Por outro lado, acrescentou o senador, quando volumes maiores de recursos são enfim liberados, os ministérios nem sempre dispõem de projetos condizentes com as verbas.

O senador afirmou que o Brasil paga um elevado preço por não dar maior importância ao planejamento estratégico de longo prazo e lembrou que há quase quatro anos alertou a classe política e os governantes quanto à fragilidade de setores importantes da economia brasileira, referindo-se aos investimentos previstos no PPA 2000-2003, parcialmente executados. Na ocasião, acrescentou, fez menção a falta de novos investimentos devido à ausência de regras claras no modelo setorial e à inobservância do planejamento público.

- Hoje, embora com maior nível de definição regulatória, os investidores estão reticentes, o governo parece inerte e a sociedade continua preocupada diante da possibilidade de um novo apagão. Situações idênticas se repetem em outros setores, como o de transportes, com reflexos graves na elevação dos custos da economia e na perda de competitividade - concluiu.



30/11/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


SP lança planejamento estratégico de longo prazo para o Estado

Senado rejeita MP que cria Secretaria de Planejamento de Longo Prazo

Marcos Guerra elogia planejamento de longo prazo do governo do ES

Especialistas pedem planejamento de longo prazo para petróleo e biocombustíveis

Crivella fala sobre papel da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo

Cristovam critica ‘euforia cega’ com economia e defende planejamento de longo prazo