Demanda por gasolina e diesel será maior em 2013, prevê presidente da Petrobras
A presidente da Petrobras, Graça Foster, prevê um aumento na demanda por combustíveis no Brasil em 2013. Até dezembro, segundo ela, serão necessários pelos menos 5% a mais de diesel e 3,2% a mais de gasolina para suprir o mercado interno.
Apesar disso, a presidente, que participou de uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado nesta terça-feira (14), garantiu que será possível atender esta necessidade extra importando menos combustível por conta da melhoria da eficiência das refinarias instaladas no país. De acordo com a executiva, são sucessivos os recordes de refino neste primeiro trimestre, mesmo sem a abertura de novas unidades:
- Vamos produzir mais gasolina e diesel sem aumentar o número de refinarias no momento. Vamos importar menos, e nosso custo médio ficará menor - afirmou.
O crescimento da demanda do mercado brasileiro está acima da média mundial há anos. Entre 2000 e 2012, por exemplo, a demanda por gasolina no Brasil cresceu 73% contra 17% no mundo. No mesmo período, o consumo de diesel no país subiu 52%, contra 31% nos outros países.
Classificação
Diante da ausência de senadores que costumam criticar a atual gestão da petrolífera brasileira, Graça Foster ficou à vontade para traçar um panorama da situação financeira e dos projetos para o futuro. Ela comemorou o fato de a Petrobras estar entre as empresas mais bem avaliadas, no que se refere a gestão e governança, conforme a agência Standard & Poor´s, que a classificou como "Strong" ("forte"). De 310 empresas avaliadas, apenas sete receberam essa classificação. O resultado foi divulgado pela agência na noite de segunda-feira (13).
A presidente chegou a recomendar aos brasileiros a compra de ações da companhia, que, segundo ela, vai dobrar a produção de petróleo e gás nos próximos sete anos, passando dos atuais 2,2 milhões de barris por dia para 4,2 milhões.
Numa avaliação otimista sobre o desempenho da Petrobras, Graça Foster destacou a captação de recursos no mercado internacional feita na segunda-feira (13): a Petrobras obteve US$ 11 bilhões, o que, na opinião dela, demonstra a confiança dos investidores e do mercado na empresa.
Argentina
Graça Foster pouco falou sobre a polêmica envolvendo a Pesa, subsidiária da Petrobras na Argentina. Ela disse que há uma proposta para a compra da companhia, "mas ainda não há nenhuma decisão tomada sobre isso".
– A Pesa está na nossa carteira de desinvestimento, mas não há nenhuma decisão, nenhum prazo, nem temos pressa – reiterou.
A eventual venda da Pesa tem sido objeto de especulações - parte da imprensa, tanto brasileira como argentina, afirma que a subsidiária poderá ser comprada pelo empresário argentino Cristóbal López, que seria ligado à presidente Cristina Kirchner. Além disso, o negócio foi alvo de críticos que questionaram o elevado gasto feito na aquisição diante do baixo valor de venda negociado.
Pré-sal
A presidente da Petrobras mostrou-se otimista também em relação ao pré-sal, principalmente após o recorde de produção atingido no dia 17 de abril de 311 mil barris diários. A petroleira prevê alcançar a marca de 1 milhão de barris em 2017.
– O pré-sal já é uma realidade, e a produção cresce a cada dia. Descobrimos em 2006 e sete anos depois já temos 311 mil barris por dia – destacou.
Leilões
Graça Foster esteve no Senado no mesmo momento em que, no Rio de Janeiro, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizava a 11ª rodada de licitações para exploração de óleo e gás natural. Foram oferecidos 289 blocos em mar e terra. Os leilões do setor estavam suspensos desde 2008 e vinham sendo adiados pelo governo que esperava pela aprovação da nova lei dos royalties.
14/05/2013
Agência Senado
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