Demétrius Felinto será ouvido em sessão fechada



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou a realização de audiência fechada, apenas com senadores, para ouvir depoimento de Demétrius Sampaio Felinto sobre a suposta existência de vídeos que comprovariam encontro da então ministra Dilma Rousseff com a então secretária da Receita Federal Lina Vieira em 2009. De acordo com o presidente da CCJ, Demóstenes Torres (DEM-GO), em entrevista à Agência Senado, a intenção é que a audiência seja realizada nesta quarta-feira (1º) em reunião extraordinária.

Em 2009, Lina Vieira disse que Dilma Rousseff havia lhe pedido para agilizar as investigações referentes às empresas da família do presidente do Senado, José Sarney.

De acordo com o ofício lido por Demóstenes Torres nesta terça-feira, Demétrius Felinto, que é funcionário do Senado Federal e em 2009 estava cedido à Presidência da República, alegou que estaria recebendo "ameaças veladas" feitas por meio da internet. No documento enviado à CCJ, ele diz que sua integridade física estaria ameaçada e solicitou a sessão fechada com integrantes da comissão. Demóstenes informou ainda que vai apurar a veracidade das ameaças e, se necessário, pedirá proteção policial a Felinto.

Sigilo Fiscal

Também não compareceu à audiência o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D´Ávila Carvalho. Ele deveria falar à CCJ sobre a quebra de sigilo fiscal e o vazamento de dados de dirigentes do PSDB, entre eles o vice-presidente do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira. No entanto, no final da tarde dessa segunda-feira (30), Carvalho encaminhou ofício à CCJ informando que não compareceria. O motivo alegado é que a investigação corre sob sigilo.

Durante a reunião da CCJ, quando as duas ausências foram informadas aos senadores, Alvaro Dias (PSDB-PR), autor dos requerimentos para ouvir ambos, disse que a impunidade se tornou regra no governo atual.

- Crimes são praticados impunemente no subterrâneo do governo e não há qualquer providência - afirmou.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) declarou que tais fatos merecem ser esclarecidos.

- Existem vários casos completamente à espera de esclarecimento. O Brasil inteiro está assistindo estarrecido a fatos como esses.

Previ

Sérgio Rosa, ex-presidente do Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), e o ex-gerente de Planejamento do fundo, Gerardo Santiago, também não compareceram à audiência pública requerida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para esclarecer denúncia publicada pela revista Veja de que a Previ seria "uma fábrica de dossiês contra opositores do governo do PT".

Gerardo avisou, nesta segunda-feira (30), por telefone, que não compareceria, mas não informou o motivo. Sérgio Rosa, por sua vez, não apresentou explicação sobre a ausência.



31/08/2010

Agência Senado


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