Demostenes acusa governo de incompetente, autoritário e demagógico



O senador Demostenes Torres (PFL-GO) acusou o governo Luiz Inácio Lula da Silva de demagogia, de aumentar o desemprego, de provocar uma brutal recessão econômica, de menosprezar o papel legislativo do Senado e de abusar dos recursos de marketing para enganar a população.

- Após queimar parte considerável do seu estoque de prestígio popular com patriarcadas que o situavam acima das forças da natureza e abaixo apenas de Deus, o presidente descobriu que a retórica salvacionista tinha também dissabores - disse o senador nesta quarta-feira (20), em um discurso carregado de ironia.

Segundo Demostenes Torres, dos 10 milhões de empregos prometidos em quatro anos, não se criou um só novo posto de trabalho, mas em compensação 600 mil perderam o emprego desde janeiro.

- As ações contra a fome estão próximas do zero, mas o ministro José Graziano parece estar distribuindo alpiste para passarinho azul - disse Demostenes, para quem o governo está liquidando com o otimismo e a esperança do povo brasileiro.

O senador disse que o governo insiste em que a campanha eleitoral não pode parar. -Por isso, fez-se no último final de semana um esforço publicitário espetacular, que só é feito normalmente nos finais de governo-, acusou, dizendo ainda que houve um grande esforço marqueteiro. Disse que Lula foi à televisão dizer que a reforma da Previdência estava concluída, -como se fosse uma dádiva do governo-, quando falta ainda a votação no Senado.

Demostenes Torres acusou o governo de abandonar os municípios, usar politicamente os governadores e trabalhar ostensivamente para eleger prefeitos petistas no ano que vem. O senador elogiou apenas a ação do Ministério da Fazenda no controle da inflação e na responsabilidade fiscal. Mas acusou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de incompetente para conter a violência, e de estimular o preconceito contra homossexuais, ao pronunciar a frase -atirar uma galinha na prefeita é o mesmo que atirar um veado em um homem-. Outra crítica foi feita contra o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, a quem apontou como agindo apenas para agradar ao governo que o indicou.



20/08/2003

Agência Senado


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