Demostenes alerta sobre trama contra sucesso do agronegócio



Ao destacar que o agronegócio projeta para este ano um crescimento de 5,35%, o que seria suficiente para o Brasil não entrar em recessão, o senador Demostenes Torres (PFL-GO) disse estar percebendo que algo está sendo tramado contra esse sucesso. Mesmo considerando que a reforma agrária precisa ser realizada, ele alertou que seria temerário simular a solução de um problema social por intermédio da desestatização do setor primário.

- Vejo com extrema preocupação a série de chantagens ideológicas que as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão patrocinando com a finalidade de criar impasse institucional e assim impor a sua fantasia marxista. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva definitivamente não pode tratar com biscoitinho na boca quem se vale da aglutinação oportunista de miseráveis para intentar ações delirantes em direção à ditadura do campesinato - afirmou.

Na avaliação do senador por Goiás, cabe ao Executivo definir um projeto de reforma agrária consistente para o país. Neste sentido, ele defendeu a elaboração de um modelo de reforma agrária que possa contribuir para selar a paz no campo, assentar na terra quem tem vocação para trabalhar na agricultura, promover o desenvolvimento e o crescimento econômico e melhorar os indicadores sociais.

Um programa sustentável de reforma agrária, segundo Demostenes, representaria a criação de emprego a baixo custo. Ele destacou que um assentado é capaz de gerar três postos de trabalho a um valor individual médio de R$ 6 mil. A reforma agrária, acrescentou, também propiciaria a produção de alimentos para o consumo interno e, se atingisse nível de excelência, poderia incrementar o comércio exterior, gerando divisas para o país.

Demostenes registrou que no governo Fernando Henrique Cardoso, entre os anos de 1995 e 2002, foram repartidos 20 milhões de hectares de terra para quase 2 milhões de sem-terra, que foram instalados em assentamentos. Ele comentou que este número é superior ao dobro do que tinha sido realizado nos 30 anos anteriores. Somando os custos de desapropriação, instalação, concessão de crédito e fomento à agricultura familiar, informou o senador, foram gastos quase R$ 30 bilhões nos oito anos.



09/07/2003

Agência Senado


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