Demóstenes ataca suposta tentativa do governo de reestatizar a Vale




O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) criticou em Plenário, nesta quarta-feira (23), qualquer tentativa do governo federal de reestatizar a companhia Vale do Rio Doce, conforme notícia divulgada pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com Demóstenes, haveria noticias "amplamente confirmadas" de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria se encontrado com o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão para pedir a troca do presidente da Vale, Roger Agnelli.

Na avaliação de Demóstenes, o governo, mesmo tendo direito de influenciar na escolha de um novo presidente para a mineradora - por controlá-la junto com o Bradesco e a multinacional japonesa Mitsui - deveria tentar substituir o presidente através de uma reunião da assembléia de acionistas.

- Foi uma tentativa do governo de reestatizar a Vale, mas não como acionista que é, através do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], convocando a assembléia de acionistas, mas da maneira mais ilegítima, mais espúria, mais atrasada. O governo quer fazer de uma empresa privada, simplesmente, novamente, parte do seu feudo. E nós não podemos admitir que isso aconteça - afirmou.

O senador disse não conhecer pessoalmente Roger Agnelli, mas ressaltou suas virtudes como administrador:

- E a prova justamente é o lucro extraordinário que a Vale tem. Agora, não interessa se ele é um grande administrador ou se ele é um péssimo administrador; interessa, sim, que o governo se utilizou de uma estratégia equivocada através de seu ministro da Fazenda - disse o senador, referindo-se à conversa de Mantega com o presidente do Bradesco.

Demóstenes afirmou que o programa de privatização da Vale foi "extremamente bem-sucedido" e a empresa é considerada uma das maiores mineradoras do mundo, com lucro de R$ 30,1 bilhões no ano passado.

Apoio

Em apartes, os senadores José Agripino (DEM-RN), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Aécio Neves (PSDB-MG) e Francisco Dornelles (PP-RJ) manifestaram seu apoio ao pronunciamento de Demóstenes.

- A Vale do Rio Doce está anos-luz à frente, e pela gestão do senhor Roger Agnelli. Eu acho uma temeridade o que está por acontecer, se é que vai acontecer - disse Agripino, apoiando proposta de convocação do ministro da Fazenda na Comissão de Assuntos Econômicos.

Wellington Dias (PT-PI) considerou apenas como "especulações" as notícias publicadas pela imprensa sobre a intenção do governo de trocar o presidente da Vale. Ele lembrou, no entanto, que a Vale, por ter a participação do BNDES em seu capital acionário, pode sofrer influência administrativa do governo federal no sentido de adequar a aplicação dos recursos públicos envolvidos.



23/03/2011

Agência Senado


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