Demóstenes avalia como positiva visita de ministro Jobim ao Aeroporto de Congonhas
Em entrevista à Agência Senado na sexta-feira (27), o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que a visita feita pelo novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, à pista do Aeroporto de Congonhas (SP), onde, no último dia 17, um acidente aéreo vitimou cerca de 200 pessoas, passageiros do vôo 3054 da TAM, "representa muito do ponto de vista simbólico".
- A visita mostra que, daqui para frente, vai ser outra coisa. Jobim já demonstra mais autoridade, discernimento e conteúdo - disse o senador Demóstenes ao comparar o atual titular da pasta da Defesa com seu antecessor, ex-ministro Waldir Pires.
No entanto, Demóstenes observou que as medidas anunciadas pelo governo no calor dos acontecimentos da última semana "permanecem na órbita das intenções". Para o relator da CPI do Apagão Aéreo, nenhuma providência ainda foi tomada no que diz respeito à organização do setor aéreo, rumo a uma definição mais clara dos papéis da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), o que, a seu ver, é urgente.
Em relação aos investimentos que o setor demanda, o senador também disse considerar prioritários o redimensionamento dos aparelhos utilizados e a construção imediata de novos aeroportos. Além disso, voltou a chamar a atenção para a questão dos controladores de vôo.
No último relatório parcial apresentado à CPI, Demóstenes alertou para a necessidade de se promover a revisão e o fortalecimento das rotinas de supervisão e assistência aos controladores, do aumento do efetivo de controladores civis e da adequação das condições de trabalho dos controladores militares, principalmente no que diz respeito ao salário, no período de transição que culminará na separação entre os sistemas civil e militar.
- Se não resolvermos esse ponto, vai continuar tudo do mesmo jeito - afirmou.
Nesta sexta, além de vistoriar as condições da pista de Congonhas e observar os escombros do acidente, o ministro Jobim visitou o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, onde é realizado o trabalho de reconhecimento dos corpos das vítimas. Até então, 87 dos passageiros haviam sido identificados.
A pista principal do Aeroporto de Congonhas, desativada desde o episódio, foi reaberta nesta sexta-feira, mas teve de ser novamente fechada, logo em seguida. Anac e Infraero divergiram a respeito do motivo do novo fechamento.
27/07/2007
Agência Senado
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