Jobim reafirma que Congonhas não fará mais escalas e conexões
Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, reafirmou que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixará de ser um ponto de distribuição de vôos (hub, como é chamado no setor aéreo) e que haverá uma redistribuição dos vôos na malha aérea nacional. Segundo Jobim, serão tirados 151 vôos de Congonhas, que deixará de ter escalas e conexões e não receberá mais vôos charter ou fretados. O aeroporto localizado em São Paulo passará a fazer apenas vôos ponto a ponto.
O ministro já determinou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) faça a readequação da malha aérea. De acordo com Nelson Jobim, Congonhas tinha se transformado no maior ponto de distribuição de vôos do Brasil e da América Latina. O ministro explicou que Congonhas estava operando acima de sua capacidade máxima: o aeroporto tem capacidade para atender 12 milhões de passageiros por ano e estava lidando com 18 milhões.
Agora, os vôos de e para Congonhas deverão lidar com passageiros principalmente de Belo Horizonte, Brasília, Vitória e Curitiba, além dos do interior de São Paulo. Vôos de carga ou jatinhos serão desviados para o aeroporto de Jundiaí. O ministro disse que há vários aeroportos no Brasil com capacidade ociosa, como os internacionais do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.
Jobim anunciou a criação de novos centros de distribuição de vôos (hubs): Brasília distribuirá vôos para o Norte e Centro Oeste; Belo Horizonte para o Nordeste; Rio de Janeiro para o Nordeste, Estados Unidos e países da América do Sul e o aeroporto de Curitiba será hub para o Sul do país.
- O Brasil é muito maior que São Paulo. Vamos desconcentrar os vôos - disse.
Em São Paulo, o ministro defendeu a implantação de um trem expresso para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, de uma via expressa para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e pediu a reativação da ligação de trem entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Obras em Cumbica
Nelson Jobim informou ainda que as obras de recuperação da pista principal do Aeroporto de Cumbica começarão em setembro, mas de forma segmentada. Apenas em janeiro a pista será totalmente fechada para obras. Nesse momento, uma série de vôos serão transferidos para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, que a partir de setembro estará sendo preparado para o aumento de fluxo.
Nelson Jobim quer também a reativação dos vôos regionais. Os aviões menores, disse, desapareceram do mercado brasileiro.
- O Brasil é um pais que não compra aviões da Embraer, porque eles não têm onde voar. Temos que dar espaço para as empresas regionais, inclusive com estímulos do BNDES - sugeriu Jobim.
Entre outras medidas de curto prazo anunciadas por Nelson Jobim estão a realização de estudos para a construção de um novo aeroporto em São Paulo; a apresentação de um projeto de Política Nacional de Aviação Civil; a revisão das políticas de tarifas de uso de infra-estrutura aeroportuária, para disciplinar o fluxo de pessoas graças à política tarifária e a busca, junto ao Poder Judiciário, da liberação nos aeroportos dos espaços de empresas aéreas falidas.
O ministro destacou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apresentado pelo governo prevê investimento de R$ 3 bilhões no sistema aéreo brasileiro, mas adiantou que terá audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, para buscar mais recursos.
Em relação à situação dos controladores de vôo, o ministro disse que ainda não teve tempo de estudar o assunto ou criar um canal de negociação com a classe. Ele informou que o país tem hoje 2.359 controladores de vôo e mais 338 em formação.
08/08/2007
Agência Senado
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