Demóstenes conclui que pilotos americanos foram negligentes



O relator da CPI do Apagão Aéreo, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), concluiu pela "existência de negligência ou imperícia" dos pilotos americanos que conduziam o jato Legacy 600 da Embraer, pois o aparelho transponder não estava ligado quando houve a colisão com o Boeing da Gol.

Em seu relatório parcial, aprovado nesta quarta-feira (6), Demóstenes observou que "a existência de transponder e TCAS [equipamento anticolisão] funcionando durante todo o vôo da aeronave Legacy 600 N600XL teria evitado a ocorrência do evento danoso". Ele assinalou que o desligamento dos equipamentos foi condição para que o acidente ocorresse.

O senador citou a análise dos equipamentos, feita por peritos, relativa a sistemas que poderiam afetar a operação do transponder, levando ao seu desligamento. Ele disse que foi analisado "o estado dos barramentos elétricos DC Bus 1 e DC Bus 2, que são os responsáveis por alimentar os módulos transponder 1 e 2".

- Concluíram os peritos que não foi detectado, entre as informações armazenadas no FDR da aeronave Legacy N600XL, nenhum mau funcionamento nos barramentos elétricos existentes na aeronave - acrescentou.

Demóstenes também ressaltou que o transponder e o rádio do Legacy foram retirados e enviados aos Estados Unidos, onde foram submetidos a testes pelos fabricantes e não foi constatada discrepância no funcionamento e tampouco nas características operacionais dos equipamentos.

- Não há, portanto, qualquer indício de falha mecânica nos aparelhos referidos - frisou.

O senador assinalou que, no relatório do IPL, o delegado ainda transcreve dois diálogos que apontam para o desligamento dos equipamentos TCAS/transponder, um deles captado na cabine de comando, no qual, logo após o choque, o piloto, que havia se ausentado por alguns minutos, indaga ao co-piloto se o TCAS está ligado, ao que este responde que não; no outro diálogo, travado entre o piloto e o comandante do Cindacta IV, logo após o pouso em Cachimbo/PA, o coronel da FAB questiona por três vezes se o TCAS estava ligado, ao que o piloto responde que não.



06/06/2007

Agência Senado


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