Demóstenes condena "utilização indevida das Forças Armadas"



Ao discursar nesta terça-feira (24), o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) condenou o que ele classificou de "utilização indevida das Forças Armadas" em projetos como aquele em que vinha atuando no Rio de Janeiro.Ele afirmou que o recente episódio em que militares acabaram provocando a morte de três jovens do Morro da Providência tem levado, "pela conseqüência e pela gravidade", a "ilações as mais estapafúrdias".

Embora afirmando que os militares envolvidos no episódio "agiram criminosamente", o senador lamentou que "vozes absolutamente incompetentes e despreparadas" tentem macular a imagem das Forças Armadas. Na opinião do senador, o trágico acontecimento no Morro da Previdência demonstra a incapacidade governamental para tratar da segurança pública, além de caracterizar desvirtuamento das funções das Forças Armadas.

- Estão desviando a atuação das Forças Armadas, que não podem ser utilizadas para fiscalização de enfeite de fachada de casas em morros, com o único objetivo de privilegiar alguns, de fazer propaganda para o governo. O Brasil não pode aceitar que as Forças Armadas sejam utilizadas politicamente - protestou.

Demóstenes afirmou que as Forças Armadas deveriam ser usadas para cuidar da Amazônia e das fronteiras, combatendo o contrabando, o tráfico de drogas e outras práticas ilegais. O senador aproveitou para elogiar as atividades da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal no combate e na punição de crimes.

O senador frisou que o Brasil enfrenta sérios problemas na área de segurança pública, assinalando que a solução passa pelo combate ao crime, com punições e prisões efetivas, ou seja, o cumprimento da lei. Na opinião de Demóstenes, quando o Estado não pune os criminosos e não aplica "decentemente a lei", abre-se espaço para o surgimento de esquadrões da morte e milícias. Ele acrescentou que um dos empecilhos ao combate à criminalidade no país é a péssima qualidade do sistema penitenciário, que não recupera os detentos.

- Temos de colocar o nosso país nos trilhos da legalidade, que consiste também em prender e punir. Tem que haver distinção entre o bom e o ruim; tem que haver uma recompensa para o homem de bem e tem que haver uma punição para quem comete crime - afirmou Demóstenes.

Em aparte, os senadores Raimundo Colombo (DEM-SC) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) elogiaram o pronunciamento do colega.



24/06/2008

Agência Senado


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