Demóstenes: "O presidente Lula não põe a mão no fogo por ninguém"



Logo após deixar o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde acompanhou o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) afirmou à imprensa que o "presidente Lula não põe a mão no fogo por ninguém" e que mandou apurar as denúncias de que o telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, teria sido grampeado.

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- O presidente disse que essas coisas, infelizmente, acontecem. Ele não sabe em que nível acontecem, mas ele está sendo sensato. O presidente disse ainda que o delegado Paulo Lacerda é da sua confiança, mas repetiu que a situação é grave e tomaria alguma providência - afirmou.

Reportagem publicada pela revista Veja desta semana informa que foi gravada uma conversa entre o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres - a revista transcreve a conversa, a qual foi confirmada tanto pelo ministro quanto pelo senador.

Demóstenes Torres opinou que o grampo de telefones do Judiciário e do Legislativo "rompe o Estado democrático de direito", porque um dos Poderes "colheu indevidamente informações sobre os outros dois". O senador apresenta algumas hipóteses para o grampeamento: operação externa à Agência Brasileira de Informações (Abin), com a finalidade de sujar o nome do órgão; atividades não-oficiais de servidores da Abin; ou gravação feita, inclusive, por servidores do Senado.

Conforme o senador, o presidente Lula informou ter solicitado ao presidente do STF que o Judiciário adote regras claras para a concessão de pedidos por parte de juízes sobre escuta telefônica. Demóstenes afirmou que existem indícios de que as mesmas estão sendo concedidas de forma indiscriminada. Nesse sentido, ele disse ter informado ao presidente que o Senado está votando projeto do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) que regulamenta e limita a escuta telefônica - o projeto ainda será submetido a uma segunda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) antes ser votado pelo Plenário do Senado.

Eli Teixeira / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



01/09/2008

Agência Senado


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