Deputado é acusado de receptação de cargas roubadas
O primeiro empresário ouvido foi o deputado distrital José Tatico (PSC-DF), proprietário do supermercado Tatico, acusado por Pedro Evaristo de receptação de cargas roubadas. O deputado negou ter feito qualquer negociação com mercadorias roubadas. Disse que 95% das cargas recebidas em seu supermercado chegam de distribuidoras.
A comissão, presidida pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), ouviu também Francisco Alexandre Menezes, dono de padaria no Distrito Federal, que, segundo Pedro Evaristo, comprou uma carga roubada de leite em pó. O empresário afirmou nunca ter comercializado carga roubada e se comprometeu a apresentar sua declaração do Imposto de Renda dos últimos cinco anos, a pedido do deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS). A motivação do pedido, segundo o deputado, foi o acúmulo de bens, sem explicação aparente. Francisco afirmou ter cinco caminhões, além da padaria.
O terceiro depoente foi Joaquim Gomes da Silva, dono do supermercado Frangão, localizado em Sobradinho, no Distrito Federal. Joaquim negou as declarações de Pedro Evaristo, segundo o qual ele teria pago R$ 74 mil em dinheiro por uma carga roubada. A carga, acrescentou Pedro Evaristo, foi negociada entre Raul, um outro ladrão de cargas, e o irmão de Joaquim, José Gomes da Silva. Joaquim negou ter pago a quantia, afirmando que a maior compra já feita pelo supermercado foi no valor de R$ 20 mil, acrescentando que todas as compras efetuadas são do seu conhecimento.
José Gomes da Silva, irmão de Joaquim, disse à CPI que só faz compras para o supermercado do irmão com notas fiscais e desconhece qualquer negociação feita com ladrões de cargas sobre mercadorias roubadas. Pedro Evaristo afirmou já ter vendido cargas roubadas para José seis vezes.
O relator da comissão, deputado Oscar Andrade (PFL-RO), disse que acredita na participação do deputado José Tatico na receptação de cargas roubadas, devido à riqueza dos detalhes apresentados por Pedro Evaristo, que afirmou ter inclusive foto comprometedora de Tatico. Na opinião do deputado, é preciso chegar aos receptadores de cargas roubadas para que as quadrilhas sejam desarmadas.
17/10/2001
Agência Senado
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