Deputado quer discutir sobre invasões do MST na CPI da Segurança Pública



As invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul deverão integrar a pauta da futura CPI da Segurança Pública que será instalada pelo Legislativo. Proposta neste sentido foi anunciada pelo deputado Mário Bernd (PMDB), depois da audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Frederico Antunes (PPB), que tomou os depoimentos das proprietárias das duas fazendas recentemente invadidas pelo MST em São Jerônimo e Júlio de Castilhos. O parlamentar peemedebista, autor da solicitação para acompanhar o relato das ocupações ocorridas na fazenda Santa Bárbara e Bom Retiro acrescentou que vai encaminhar as fitas da reunião para o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Casa, deputado Roque Grazziotin (PT). Mário Bernd quer que os parlamentares integrantes daquela comissão "possam ouvir e concluir que houve crime e que os culpados precisam ser punidos". O parlamentar peemedebista lamentou ainda a ausência no encontro do Secretário Estadual da Reforma Agrária, Antônio Marangon, que enviou correspondência explicando não estar presente devido a compromissos previamente agendados e que as duas fazendas já foram desocupadas pelos sem-terra. Já o deputado Berfran Rosado (PMDB), após ouvir as declarações dos agropecuaristas afirmou que o episódio "não é um problema agrário, mas caso de polícia, diante do cárcere privado a que foram submetidos os donos da propriedade e seus funcionários pelos colonos do MST, fato que vai ensejar ação judicial". Ele sugeriu que a ata da Comissão seja levada ao conhecimento do Ministério Público para as devidas providências. Por sua vez, a proprietária da Fazenda Bom Retiro, Helenita Marssolla, disse que a área invadida pertence à família a mais de 100 anos e possui 1600 hectares, com 1500 cabeças de gado e plantação, sendo considerada produtiva pelo próprio Incra. Ela lembrou que na ocupação, feita durante a madrugada, foram ouvidos tiros e arrombadas as portas das casas, com os colonos do MST mantendo os empregados da fazenda como reféns, além de ameaçar a todos se não saíssem num prazo de 20 minutos. Já a proprietária da cabanha Santa Bárbara, Carla Sandra Schneider, contou que sua fazenda foi invadida inicialmente por homens encapuzados, depois de muito tiroteio e gritos, sendo que no registro da ocorrência policial, foi constatado armamento de todo tipo, como espingarda, foices, enxadas e paus. Ela disse que a Santa Bárbara desde 1968 vem participando das exposições agropecuárias, já esteve em todas as Expointer, sendo pioneira no Brasil no desenvolvimento das raças angus e cimental. Também produziu mais de 12 mil reprodutores, com mais de 15 mil doses de sêmen comercializadas. Participaram ainda da reunião os deputados João Osório (PMDB), Aloísio Classmann (PTB), Osmar Severo (PTB) o representante da Farsul, Luis Moraes Varela, o Sub-Procurador Geral da Justiça, Antonio Carlos Bastos, o prefeito de Júlio de Castilhos e seu vice, respectivamente, Romeu Martins Ribeiro e Antonio Carlos Abreu, o presidente da Câmara de Vereadores de Júlio de Castilhos, Aires Dal Osto, a Procuradora Regional do Incra, Solange Bueno Vitt, e a Superintendente Regional Substituta do Incra, Maria de Lourdes da Rosa.

04/04/2001


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