Deputados do PT dizem que relator da CPI não tem isenção e está desequilibrado



“Não tem equilíbrio para atuar na relatoria. Está aliado com a direita. Provocador barato de braço dado com aqueles que apoiaram a Ditadura”. Estas foram algumas das opiniões expressadas pelos deputados da bancada petista sobre o comportamento do relator da CPI da Segurança Pública, Vieira da Cunha (PDT).

“O deputado perdeu qualquer condição para exercer a sua função pois não tem a isenção necessária que este cargo exige”, entende o líder da bancada petista, Elvino Bohn Gass.

A declaração foi feita após Vieira da Cunha usar o cargo de relator para ofender e zombar da bancada do PT. O deputado Ronaldo Zülke reagiu. “É inadmissível o relator patrocinar este tipo de insulto”. Zülke também disse que Vieira quer desempenhar papel triplo na CPI. “Dependendo da situação, ele funciona como advogado de defesa das testemunhas que irão depor contra o governo, como relator ou como presidente. Portanto é óbvio que o documento que ele está redigindo com as conclusões da CPI não tem nenhuma credibilidade. Será um relatório político cujo conteúdo já estava decidido antes mesmo da CPI começar”, apontou Zülke.

Os integrantes da CPI ouviram nesta manhã apenas o depoimento do delegado Hilton Müller Rodrigues, citado no dossiê encaminhado à Assembléia pelo secretário substituto da Justiça e Segurança do Estado à Assembléia, Lauro Magnago. Conforme o documento, o delegado foi afastado das suas funções por 120 dias devido à acusação de intimidação de testemunha. “Dois policiais subordinados de Müller invadiram o edifício onde funcionava o escritório da advogada de uma testemunha que foi ouvida na CPI do Crime Organizado sobre irregularidades praticadas na polícia. O porteiro do prédio chegou a ser agredido. No dia seguinte, a advogada foi conduzida até a delegacia coordenada por Müller”, narrou Zülke. O deputado explicou que Hilton Müller responde processo criminal e administrativo por abuso de autoridade e, em função disto, não foi cedido pelo Executivo para assessorar a CPI.
Conversas com advogado

As constantes conversas do advogado e irmão de Hilton Müller, Wilson Müller, com a testemunha também foram motivo de protesto por parte da bancada do PT. Os deputados alegaram que os advogados têm permissão apenas para permanecer na Mesa e não para assessorar os depoentes. O líder do governo, deputado Ivar Pavan (PT), solicitou diversas vezes que este critério fosse obedecido, pois os irmãos insistiram em transgredir o regimento.


11/09/2001


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