Deputados não vêem crise duradoura na base de FHC









Deputados não vêem crise duradoura na base de FHC
O rompimento do PFL com o governo federal, anunciado essa semana, em Brasília, não será duradouro e a reconciliação com o PSDB deverá ocorrer entre o 1º e o 2º turno da eleição presidencial de outubro. Esse é o pensamento da maioria dos deputados federais gaúchos ouvidos que acompanha de perto a crise na base do presidente Fernando Henrique Cardoso. O entendimento quase unânime é de que o afastamento não se sustentará por muito tempo.


Prévia do PT terá semana decisiva
Pré-candidatos buscam apoios na disputa que envolve também movimentos sociais e sindicais

O governador Olívio Dutra e o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, entram na semana decisiva da campanha à prévia que definirá o candidato do PT ao Piratini. Após um mês de discussões e fortes confrontos internos, os pré-candidatos têm mais sete dias para conquistar votos e apoios. A disputa acentuou conflitos, levou à divisão de correntes históricas e mobilizou movimentos sociais e sindicais que nunca interferiram nas escolhas de outros partidos. Dirigentes do Cpers/Sindicato, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Sindicato dos Metalúrgicos e dos Bancários, além da Central Única dos Trabalhadores (CUT), discutiram qual a melhor opção do PT para enfrentar a eleição e se manter no governo.

Entre as correntes internas do partido com representação no diretório estadual, Olívio tem a maioria. Há 55% dos integrantes das correntes defendendo a reeleição do governador e 45% sustentando a candidatura de Tarso se somados os percentuais obtidos por cada tendência na eleição ao diretório estadual do PT em setembro do ano passado. Dos 61 integrantes da direção, 35 são de grupos pró-Olívio e 26 apóiam Tarso. O prefeito leva vantagem no número de correntes internas que defendem a sua indicação. Das 22 principais tendências e coletivos, Tarso conta com o apoio de 13 e o governador, de nove. Olívio ganha na preferência das bancadas na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa. Tem o apoio de 11 dos nove deputados estaduais e de cinco dos nove federais. Dos 35 prefeitos do PT no Rio Grande do Sul, 15 estão com Tarso, 14 com Olívio e seis não manifestaram publicamente a opinião. Entre os integrantes de movimentos sociais e dirigentes de sindicatos ligados ao PT, Olívio tem a maioria nos setores do campo, como o MST e o Movimento dos Pequenos Agricultores, e Tarso entre o funcionalismo público, conquistando apoios de dirigentes estaduais do Cpers/Sindicato e dos movimentos ligados à segurança pública. A divisão de posições se acentua entre lideranças dos sindicatos dos Bancários e dos Metalúrgicos e da CUT.

Os apoiadores das duas candidaturas concordam que a disputa está equilibrada e calculam que a diferença de votos não ultrapassará 300 pró-Tarso ou pró-Olívio. Os dois lados também garantem a vitória e salientam que muitos eleitores migraram do prefeito para o governador e vice-versa.


Olívio e Tarso vão se enfrentar pela 2ª vez
A prévia do dia 17 entre o governador Olívio Dutra e o prefeito Tarso Genro será a segunda da história do PT para a escolha ao Palácio Piratini e terá os mesmos candidatos da primeira, que ocorreu em 1998. Até 1992, as chapas majoritárias do partido eram escolhidas em convenção. Foi assim em 1982, quando Olívio concorreu ao governo após a adesão por consenso. Em 1985, disputaram a Prefeitura de Porto Alegre o hoje deputado federal Clóvis Ilgenfritz e o ex-prefeito Raul Pont, que venceu.

Para as eleições ao governo, no ano seguinte, a disputa ocorreu entre Ilgenfritz e o atual chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii. Ilgenfritz venceu por nove votos. Em 1988, quando o PT chegou ao poder ganhando a disputa pela Prefeitura da Capital, Olívio, Tarso e Koutzii concorreram à vaga. Olívio e Koutzii foram para o 2O turno, em convenção, e o atual governador ganhou, apoiado pelo grupo de Tarso. Em 1990, quando Tarso e Pont disputaram a indicação ao Palácio Piratini, também foi promovida convenção, vencendo o atual prefeito.
Um ano depois, por sugestão encaminhada pela ala moderada do PT, foram criadas as prévias como modo de uniformizar as disputas internas em todo o país e abrir a possibilidade de os filiados votarem. Apesar da contrariedade das correntes mais à esquerda, a prévia passou a ser regra sempre que mais de uma pessoa se disponha a concorrer à Presidência da República, aos governos estaduais e às prefeituras.

No Estado, a primeira prévia ocorreu em 1992 para as eleições à Prefeitura de Porto Alegre entre Tarso, Koutzii e José Alvarenga. Koutzii desistiu e passou a apoiar Tarso, que saiu vitorioso na disputa interna e na eleição. Em 1994, Olívio foi escolhido por consenso candidato ao governo do Estado. Somente em 1996 o PT fez a segunda prévia, ainda para a prefeitura, entre Pont, Ilgenfritz e José Fortunati. Pont venceu a disputa interna e foi eleito. Em 1998, Olívio e Tarso se enfrentaram pela indicação do partido ao governo, numa das mais acirradas disputas do PT. Olívio ganhou por 191 votos, sob acusação de fraude. A última prévia realizada pelo partido aconteceu em 2000 entre Tarso, Pont e Fortunati para a prefeitura. Tarso venceu no 2º turno contra Pont. Conquistou o mandato e Fortunati deixou o PT.


Debate
O PT de Santo Ângelo realiza, neste domingo, debate entre o governador Olívio Dutra e o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro. Será a partir das 10h, na Escola Estadual das Missões. Depois, os pré-candidatos participam de roteiros com os seus apoiadores.


Estilac aposta nos independentes
O vereador Estilac Xavier, um dos coordenadores da campanha do prefeito Tarso Genro, acredita que os votos dos filiados independentes, que não integram as correntes internas nem o governo, decidirão a prévia. Ele lembrou que semana passada grupo com 300 lideranças, entre vereadores e membros de movimentos sociais, formalizaram apoio ao prefeito, avaliando que ele tem vantagem sobre o governador Olívio Dutra em relação a filiados que não comparecem com freqüência aos encontros partidários. 'Os que não participam da rotina do PT assimilam melhor as diferenças dos dois candidatos', salientou. Estilac argumentou também que Tarso aumentou a sua representação no diretório estadual de 30%, em 1998, para 45% neste ano: 'Com menor participação e menos correntes apoiando a sua candidatura ao governo em 1998, perdeu para Olívio por menos de 200 votos'. Segundo Estilac, o grupo que prega a indicação de Tarso insistirá, durante a última semana antes da prévia, na sua densidade eleitoral, que entende ser superior à de Olívio, com mais condições de vencer a oposição em outubro.


Fontana diz que aliados não entregariam o poder
O deputado Henrique Fontana, do PT, acha improvável que o PSDB e o PFL entreguem o poder 'de bandeja' à esquerda. 'Eles sabem que Luiz Inácio Lula da Silva se beneficia com a crise e não arriscariam manter a briga', disse. Para Fontana, a saída pareceu negociada, pois o PSDB bateu forte e o PFL reagiu. Se fosse para valer, segundo ele, o PFL buscaria apurar até que ponto o presidente FHC influenciou nas ações contra Roseana Sarney.


Irmão de Roseana suspeito de canalizar verbas
Fernando Sarney, irmão da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, é alvo de suspeitas. Os empresários aos quais esteve associado têm obtido os melhores contratos e canalizado grande parte das verbas do estado nos últimos 20 anos. A Premolde Indústria de Artefatos, de Fernando e Miguel Duailibe Neto, recebeu recursos públicos através de empréstimos do Banco Mundial para fornecer 1.800 postes de concreto. 'Em quase todos os postes do Maranhão há Premolde', afirmou o deputado Aderson Lago, do PSDB. Antes de assumir como presidente d a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), o irmão da governadora e o sócio promoveram alterações no contrato social da empresa. Incluíram no negócio as esposas, Tereza Murad Sarney e Maria de Fátima Santos Duailibe. A Premolde foi transformada em sociedade anônima por ações e ficou habilitada para fornecer postes à Cemar. Os empresários também utilizaram 100 milhões de cruzeiros do Fundo de Investimento da Amazônia para subscrever 100 milhões de novas ações preferenciais. Fernando também é sócio da Vemar Veículos e Máquinas, que durante anos teve como clientes secretarias de Estado e a Polícia Militar.


Itamar não sabe se deixará o cargo
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, está em dúvida se deixará o cargo com o cancelamento da prévia do PMDB, decidido sexta-feira por maioria na convenção extraordinária da executiva do partido. 'Nós sabemos que o PMDB é um partido dividido, que não quer se encontrar', afirmou. Itamar ressaltou que o processo eleitoral brasileiro é muito claro ao indicar que as convenções válidas ocorrerão em junho, quando os partidos escolherão oficialmente os seus candidatos. Sobre a provável reeleição, ele declarou apenas que mantém o seu compromisso com o governo do Estado. 'Não sei se vou deixar o cargo. Tenho de analisar com muito cuidado. Vou olhar para cima e pegar meu rumo pelas estrelas', disse.


Melo prega PMDB dissidente no RS
O cancelamento da prévia que escolheria o candidato do PMDB à Presidência da República dia 17 levou o vereador Sebastião Melo a propor a oficialização da dissidência do partido no Estado. Melo lembrou ter sido o único a não votar ano passado no presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, que havia garantido lutar pela candidatura própria ao pedir votos dos gaúchos em sua campanha. 'Temer foi recebido com festa e depois nos traiu. Infelizmente, o partido está dominado por gente que apenas luta por interesses pessoais', desabafou Melo. O vereador garantiu que, mesmo com o possível apoio dos governistas do partido, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, não terá o palanque eleitoral do PMDB no Estado.


Pompeo acha que o PFL irá abandonar candidata
O deputado Pompeo de Mattos, do PDT, acredita que, assim que ficarem confirmadas as denúncias contra a empresa de Roseana Sarney no caso Sudam, o PFL vai abadoná-la e retornará para a base aliada do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a saída do PFL do governo não significa rompimento. Ele tem certeza de que, se isso não ocorrer no 1º turno, os dois partidos estarão juntos no 2º turno para enfrentar a oposição.


Redecker classifica fato como briga de família
O deputado Júlio Redecker, do PPB, afirmou que o PFL apenas antecipou, em um mês, a desincompatibilização dos ministros que pretendem concorrer a cargos eletivos. 'Isso é briga de família. Daqui a pouco eles se acertam', previu. Redecker disse que o PFL manterá o apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso e estará junto com o PSDB no processo eleitoral deste ano, repartindo a responsabilidade de governo.


Rigotto supõe surgimento de outro presidenciável
O deputado Germano Rigotto, do PMDB, vê o afastamento do PFL da base de Fernando Henrique Cardoso como relativo, pois estão mantidos os cargos do 2º e do 3º escalões. Ele considera aceitável a idéia de um terceiro nome entre os dois partidos para uni-los novamente, pois a candidatura de Roseana Sarney sofreu abalos e José Serra não tem consenso. Rigotto disse que na próxima semana o que parecia temporal já terá se transformado numa garoa.


Vicente prevê o mesmo resultado
O secretário-geral do PT, Francisco Vicente, defensor da indicação de Olívio Dutra à reeleição, salientou que a prévia do dia 17 deverá repetir o resultado da disputa à direção do partido em setembro do ano passado na qual houve pequena vantagem do governador sobre o prefeito Tarso Genro. Segundo ele, os apoiadores da reeleição defenderão na última semana de campanha que, se Olívio não vencer a disputa interna, parecerá à oposição que a sua administração foi rejeitada pelo próprio partido.

Vicente enfatizou que as ações da administração são as armas para garantir novas adesões e reforçar a campanha de Olívio. 'O governador está cumprindo as promessas de campanha e por isso conseguiu forte adesão à sua candidatura, como de setores agrícolas e do campo', afirmou. De acordo com o dirigente, será intensificada a busca de votos em Porto Alegre, acreditando que Olívio conseguirá a maioria de eleitores na Capital. Vicente também entende serem importantes os votos dos filiados independentes, ressaltando que muitos ainda irão aderir ao governador participando dos debates que ocorrem entre os dois pré-candidatos no interior do Estado.


Yeda duvida de acordo se a governadora concorrer
Se for consolidada a liderança da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à Presidência da República pelo PFL, o rompimento do partido com o governo é irreversível. Essa é a posição da deputada Yeda Crusius, do PSDB. Segundo ela, um novo acordo com a base aliada apenas vai acontecer caso Roseana desista de concorrer. Afirmou que o PSDB não fechou portas e reconheceu a importância do PFL para governo.


Artigos

Segurança Pública
Jarbas Lima

Uma das funções fundamentais do Estado é a segurança pública, realizada, principalmente, pelas polícias especializadas, civis e militares, em atividades preventivas, operações repressivas ou em procedimentos persecutórios aos infratores de normas penais ou contravencionais. Para as operações ou procedimentos são necessárias polícias treinadas, aparelhadas e equilibradamente lideradas. Para tanto, carece que o governo compreenda os anseios do povo e pense com responsabilidade, seriedade e competência a segurança pública, dotando seus órgãos com recursos mínimos indispensáveis. Urge investir na pessoa do policial, sua valorização, seu treinamento, assistências inclusive de caráter social e psicológico e, sobretudo, através do respeito e de uma remuneração digna e justa, diante dos riscos de sua atividade.

Há necessidade de se atualizar leis e normas infraconstitucionais; porém, não há nenhuma urgência de se reformar a Constituição no capítulo 'Segurança Pública'. Importa mesmo é o governo respeitar e aplicar as regras já contidas na Lei Maior. Se a segurança pública não está respondendo, é conseqüência das falhas administrativas e operacionais resultantes do descaso dos governantes.

Eventuais ocorrências e atitudes reprováveis de policiais não são a regra. Nada justifica que se desmantelem as estruturas da segurança pública diante de dificuldades, para fugir dos problemas. Buscando esse rumo empírico o poder Executivo federal, em vez de investir em segurança pública, para aparelhar, treinar e assistir os policiais, protelando a solução dos problemas, resolve mandar a PEC 514/97 (desconstitucionalização).
Lúdica, além de inútil do ponto de vista pragmático, incapaz de remediar os atuais e urgentes problemas de segurança pública. Como panacéia, apenas tem o condão de adiar as soluções. Convém nessa hora pensar também na fome, na desnutrição, nas submoradias, na falta de saneamento, na caótica situação da educação e da saúde pública, nas sucessivas políticas econômicas geradoras de miséria e desigualdade, no desatendimento às necessidades básicas da imensa maioria da população (e dos policiais), violentamente privada de seus direitos fundamentais. Não se faz segurança com planos demagógicos, mas com servidores respeitados e protegidos. Pelo que ganham e pelo que passam, nossa admiração, apesar dos maus.


Colunistas

PANO RAMA POLÍTICO - A. Burd

PASSO DE TARTARUGA
Os gaúchos que arriscaram a vida na perigosa BR 101 para chegar a Florianópolis durante o verão sonham com a duplicação da rodovia. A expectativa é de que saiam, até o final deste mês, os editais de supervisão e de gestão ambiental. Porém, há entraves. Um deles: o recém-criado Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, que substitui o DNER, não decolou. Faltam mesas, cadeiras, material de escritório, a famosa estrutura física sem a qual os burocratas se sentem manietados. O Ministério dos Transportes garante que tudo está a caminho, mas não anuncia a data de lançamento do edital das obras. Se as bancadas federais em Brasília não pressionarem, o processo seguirá em passo de tartaruga até o próximo verão.

QUEM DIRIA
O PMDB de Santa Catarina tremeu a perna, não confirmando o compromisso assumido com gaúchos. Dos 23 delegados, só oito foram à convenção de São Paulo. Caciques preferiram ficar recolhidos.

DEFINIDOS
Os deputados federais Osmar Terra e Darcísio Perondi, do PMDB, estavam à frente do comitê de recepção ao candidato tucano José Serra, neste sábado, em São Borja. Um dia depois de sepultada prévia.

CIUMEIRA - O vereador José Fortunati ligou na manhã deste sábado para saber de Leonel Brizola se o emissário do PDT conversará mesmo com o deputado Sérgio Zambiasi, na 2a-feira, sobre candidatura ao governo do Estado. Do Rio, o presidente nacional do partido disse que a fonte se precipitou. O jeito será fazer plantão na porta do gabinete de Zambiasi para conferir. Tem um cheiro de intriga pesada entre as lideranças do PDT.

FOI SURPRESA
A pesquisa Câmera 2 perguntou quarta-feira: você acredita que o PFL vai abandonar o governo FHC? 82% responderam 'não' e 18%, 'sim'. A maioria não esperava o que ocorreu.

VAI TREPIDAR
Subcomissão mista para investigar os saques do caixa único do Tesouro do Estado será instalada na quarta-feira. Tem tudo para se tornar o assunto mais explosivo do semestre na Assembléia Legislativa.

EM 1947
Há 55 anos, neste mesmo dia, a Assembléia foi reinstalada para elaborar e aprovar a nova Constituição estadual. Tinha 23 deputados do PTB, 16 do Social Democrático, cinco do Libertador, quatro da União Democrática Nacional, quatro do de Representação Popular e três do Comunista. Estava fechada desde a instituição do Estado Novo em 1937.

DOS LEITORES
- Nilton Soares, Viamão: 'A ala rebelde do PMDB imaginou que os governistas não reuniriam quórum na convenção de Brasília. Grande ingenuidade! Os suplentes chamados às pressas servem para quê?'.
- Valério Costino, Santa Maria: 'Estou numa grande expectativa em relação a debates da campanha ao governo do Estado. Espero que candidatos não fiquem no reino do faz-de-conta e falem dos problemas'.
- Danilo Guedes Romeu, Porto Alegre: 'Inflação em declínio, balança comercial superavitária, apagão extinto, dólar em baixa, bolsa-escola, vale-gás e gasolina com preço menor. Tudo indica que o Brasil toma jeito. Seria bom haver mandatos menores e eleições mais freqüentes'.
- Vitória Santos, São Leopoldo: 'Tenho curiosidade em saber como o Cpers agirá durante a campanha salarial. Afinal, o ano é eleitoral'.

APARTES
Governo do Estado enviou proposta de reajuste salarial de 8% aos técnicos-científicos mais abono de três parcelas de R$ 70,00. Decidirão dia 19.

Corre em Brasília: como são gentlemen e consideram feio bater em uma mulher, preferiram o marido.

Sarney Filho deixou ministério e se queixa: ficou sem meio ambiente.

Se subir nas pesquisas, Anthony Garotinho será escalado ator da novela intitulada 'Próxima Vítima'.

Deixar o governo em ano eleitoral não era o que o PFL queria fazer. Pela circunstância era o que tinha de fazer.

Greve dos técnicos do Tesouro por reajuste mostra forte resistência e provoca estrago no governo.

Fora do governo, PFL tem amanhecido com ressaca. Logo depois passa.

Isto também acontece: em Joaçaba, prefeito Armindo Haro Neto escolhe o vereador Jucelino Ferraz, sem partido, para líder do governo.

PFL está sendo identificado agora como o Partido da Frente Liberada.


Editorial

E OSAMA BIN LADEN?

Preso Bin Laden? Morto Bin Laden? Segundo as evidências, nem uma coisa nem outra. É oportuno lembrar que, logo depois dos atentados às torres gêmeas de Nova Iorque, o presidente George W. Bush, na comoção do instante, elegeu o terrorista como responsável pelo episódio, o que nunca resultou comprovado, embora tenha havido notícias de que Bin Laden, em certo momento, tenha implicitamente aceitado a denúncia, até porque a autoria intelectual dos atentados lhe era conveniente. Agora, a meio ano dos fatos, o grande alvo americano supostamente não foi atingido. Uma ampla expedição de cerca de 2 mil homens, fortemente armados para luta em terra na chamada Operação Anaconda, no Leste do Afeganistão, tentam revidar o revés sofrido no terceiro dia de março na região de Gardez. Focos de resistência nas montanhas continum a operar, a mais de 3 mil metros da superfície do mar, num clima completamente hostil às forças do Pentágono.

Ora, se o objetivo principal da chamada guerra ao terrorismo era ter Osama capturado vivo ou morto, cabeça a prêmio de altíssimo valor, e ele continua a inspirar as ações terroristas, a conclusão é imperiosa: Bush está perdendo a guerra como a perderam seus antecessores. Os milhões de dólares lançados na empreitada destruíram o Afeganistão, massacraram a população civil, varreram o regime talibã, mas o grande alvo não foi atingido. Agora as forças de inteligência do Pentágono acreditam que os integrantes da rede terrorista, Laden inclusive, estejam homiziados ao Sul de Gardez, ponto muito distante daquele que, no princípio da luta, foi intensamente bombardeado.

Como registro especial, cite-se que, dos 2 mil homens da Expedição Anaconda, mais da metade são aliados de outros países, como França, principalmente, Alemanha, Dinamarca, Canadá e Austrália. Releva acentuar a ausência de ingleses na operação, o que causa espécie em razão do entusiasmo de Blair em integrar a coalizão logo depois de 11 de setembro de 2001, quando foi a primeira nação estrangeira a se unir ao Pentágono.


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03/10/2002


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