Diagnóstico precoce diminui riscos de perda de visão em crianças



Pesquisas feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, se não forem tomadas iniciativas de alcance mundial, em 2020 existirão no mundo 75 milhões de pessoas cegas e mais de 225 milhões de portadores de baixa visão, ou seja, incapazes de desempenhar grande número de tarefas cotidianas devido à deficiência visual.

Ainda segundo a OMS, cerca de 40% das causas de cegueira infantil são evitáveis ou tratáveis. As doenças sistêmicas como sarampo, rubéola e meningite, ferimentos na cabeça ou problemas visuais não detectados no nascimento e nos primeiros anos da vida escolar são preveníveis com vacinas. “Ainda há outras disfunções como a toxoplasmose, transmitida por alimentos preparados de forma inadequada, e a toxocaríase, causada por parasitas que podem ser evitadas por meio de políticas de saúde pública e orientação às gestantes”, alerta a oftalmologista Dorotéia Matsuura, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

As doenças que podem causar cegueira sempre emitem sinais que podem ser percebidos pelos pais ou diagnosticados em consultas médicas. Todo quadro febril, dores de cabeça ou no pescoço, acompanhado de manchas vermelhas na pele, tosse, coriza ou conjuntivite, deve ser considerado suspeito, independentemente da situação vacinal ou da idade.

Algumas doenças relacionadas à má-formação ocular não têm tratamento, mas podem ser atenuadas por adaptações ópticas e não ópticas que proporcionem à criança suporte para a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual. De acordo com Dorotéia Matsuura, entre as más-formações tratáveis estão a ambliopia ou "olho preguiçoso", causada por estrabismo, alto grau de refração e cataratas unilaterais. “Todas permitem o bom desenvolvimento ocular quando a atenção e os cuidados dos responsáveis levam à intervenção e à solução precoce”, esclarece.

Além disso, algumas doenças oculares podem ser detectadas quando a criança nasce, como o teste do olhinho, feito ainda no berçário. Em um quarto escuro, um feixe de luz é emitido pelo aparelho chamado oftalmoscópio e, quando não há nenhum obstáculo à visão, a luz vai até a retina e ao ser refletida, faz com que o examinador perceba um reflexo vermelho. “A ausência desse reflexo é um indicador de que pode haver alguma alteração congênita e o caso deve ser melhor investigado a partir desse teste”, explica.

Em 2008, foi sancionada a Lei n° 4.189/2008, tornando obrigatória a realização do Teste do Olhinho no Distrito Federal.


Fonte:
Agência Brasil



10/10/2011 16:49


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