Diferenças entre Lula e Alckmin são profundas, diz Ideli
A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou, nesta quarta-feira (4), que as divergências entre os dois candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), "são profundas, de concepção, de visão do papel do Estado, de classe, de perspectivas em termos de crescimento e de distribuição de renda".
Remetendo-se aos quatro aspectos destacados na reportagem "Sutis diferenças", publicada na edição desta quarta-feira do jornal Correio Braziliense, que a parlamentar considerou "extremamente interessante" - ajuste fiscal, servidores, agências reguladoras e privatização -, Ideli procurou mostrar como o programa do Partido dos Trabalhadores mantém sempre o foco nas políticas sociais e no fortalecimento do Estado, enquanto o programa do PSDB defende o arrocho de gastos para ampliar a capacidade de investimento em infra-estrutura e um Estado mínimo.
Em relação ao ajuste fiscal, por exemplo, ambos os candidatos mantêm o compromisso com o superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), como apontou o jornal. No entanto, reforçou a senadora, a diferença é onde vai ser aplicado esse ajuste.
- Houve superávit elevado no governo Lula, mas as políticas públicas de inclusão social e recuperação do salário mínimo e da renda foram feitas a partir dele. Tivemos o maior percentual de diminuição da pobreza dos últimos dez anos. Agora, o que Alckmin propõe, e o que eles já fizeram, é corte nos programas assistenciais - comentou a líder do PT.
Sobre a questão do Estado mínimo e privatista, modelo proposto pelo programa de governo dos tucanos, segundo o Correio Braziliense, Ideli enfatizou que existe uma parcela muito grande da população que precisa de um Estado forte, pois não pode pagar pelos serviços de setores estratégicos.
Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) rebateu que, numa eventual gestão de Geraldo Alckmin, "o que é política de governo não vai deixar de ser política de governo", e que setores importantes não serão objeto de privatização. Ele disse ainda que a venda de empresas públicas é uma tendência mundial, já que há áreas em que a economia pode substituir o Estado, que fica, dessa forma, livre para investir em setores básicos, como a saúde, por exemplo.04/10/2006
Agência Senado
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