Diógenes mantém o governador longe da confusão
Diógenes mantém o governador longe da confusão
O Principal depoente da CPI reafirmou que o governador não deu ordens para que ele tratasse com o ex-chefe de polícia
Durante oito horas, Diógenes reafirmou que Olívio não sabia da conversa com o ex-delegado Tubíno. Ele não convenceu os deputados com a contabilidade do Clube.
Com um forte esquema de segurança, inclusive com detectares de metais, no plenarinho da Assembléia, a CPI da Segurança Pública ouviu ontem o depoimento do presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, durante quase oito horas. A sessão foi interrompida às 22h40min, quando Diógenes passou mal.
Foi atendido pelo médico da Assembléia Legislativa, Carlos Magno, que atestou taquicardia e pressão alta. Diógenes foi levado para o Instituto de Cardiologia, onde permaneceu durante a noite em observação e fazendo exames.
No depoimento, Diógenes reafirmou que o governado Olívio Dutra não deu ordens para que ele tratasse com ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino sobre as relações entre governo e jogo do bicho. Diógenes disse que tinha feito uma bravata diante do delegado.
No início do depoimento, Diógenes acusou o Grupo RBS de tentar atingir o governo do PT porque sofreu cortes anuais da ordem de R$ 60 milhões nas verbas publicitárias que recebia durante o governo de Antônio Britto.
Não sabe de doação ou sede.
O diretor do Clube de Seguros e da Cidadania, Daniel Verçosa Gonçalves, transferiu para o presidente da entidade, Diógenes de Oliveira, toda responsabilidade pela compra da sede do PT e as doações ao partido.
Em depoimento ontem, à CPI da Segurança Pública, ele desmentiu os diretores das empresas de seguro Ambras e Sabemi que negaram a doação os R$ 50 mil para a compra da sede do PT. "Eles sabiam”, garantiu.
Daniel afirmou que contratou Espartaco Dutra, filho do governador Olívio Dutra, como seu gerente-administrativo no Clube da Cidadania sem qualquer vinculação política.
Também confirmou que o clube funciona no seu escritório profissional no centro da cidade. Daniel reclamou que a entidade, em decorrência das denúncias feitas na CPI, está falida e sem atividade.
Destacou que Diógenes de Oliveira é seu amigo pessoal e também do governador Olívio Dutra. Mas negou que tenha ajudado a arrecadar fundos para custear a campanha eleitoral de Olívio Dutra em 1998.
O relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT), foi acusado por Daniel Gonçalves de quebrar seu sigilo bancário, ao dizer em público que sua doação de R$ 11 mil era maior do que sua declaração de rendimentos ri ano de 1998.
Vieira poderá acusar depoente de estelionato
O relator da CPI não ficou convencido com as declarações do Clube de Seguros, que foi “evasivo” ao falar das doações.
Para o relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT), Diógenes de Oliveira foi evasivo nas suas declarações ao falar sobre empresários que disseram ter destinado suas doações para outros fins que não o de comprar um prédio para o PT. "Mantive minha opinião", disse o relator, que levanta a hipótese de uma acusação de estelionato contra o depoente.
Já o deputado Ronaldo Zülke, do PT, disse que o relator da CPI, divulgou à imprensa seu relatório final mesmo sem ouvir os depoimentos dos diretores do Clube da Cidadania. Para Zülke, Vieira "tem um comportamento muito estranho" e o acusou de receber fitas gravadas da RBS.
Zülke disse que a CPI "é um instrumento de defesa dos interesses dos delegados que estão sendo contrariados pela ação do governo". Para ele, "são delegados com trajetórias suspeitas em suas atividades, profissionais". Afirmou ainda que o relator havia declarado, na própria CPI, que mantém amizade com delegados da família Müller. "Ele instrumentalizou o depoimento de um delegado que ouvira boatos do recolhimento de dinheiro do jogo do bicho para obras assistenciais da primeira-dama".
Lula mantém liderança e Roseana ultrapassa Ciro
Na pesquisa da CNT/Sensus, divulgada ontem, a governadora do Maranhão teve um crescimento de 4,7 pontos percentuais
O pré-candidato e presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, mantém sua posição de liderança na corrida presidencial, com 31,8% das intenções de voto, segundo a pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes)/Instituto Sensus, divulgada ontem.
Já a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), teve um crescimento de 4,7 pontos percentuais em apenas um mês e se consolidou no segundo lugar. Com 19,1 % das intenções de voto, ela ultrapassa o candidato do PPS, Ciro Gomes, que até então mantinha a segunda colocação.
Ciro passa para terceiro lugar, com um percentual de 12,8%, seguido pelo governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), que tem 8,2% das intenções de voto.
LIDERANÇA - O petista lidera em todos os cinco cenários previstos pela pesquisa, revelando um ligeiro crescimento na lista principal. Em setembro, ele tinha 31,3% dos vetos. Já Roseana, que aparece com 19,1 % em outubro, registrava 14,4% no mês anterior. Ciro Gomes subiu de 12%, em setembro, para 12,8%, ficando em terceiro lugar.
O ministro da Saúde, José Serra (PSDB), um dos pré-candidatos governistas, está com apenas 4,8% na pesquisa divulgada ontem. Em setembro, ele tinha 4,2% dos votos. Quando Roseana Sarney é retirada das listas e só são feitas simulações separadas com os três pré-candidatos do PSDB (ou Serra, ou Tasso Jereissati, ou Paulo Renato Souza), o tucano com melhor projeção é o ministro da Saúde.
OPOSIÇÃO - Serra alcança 8,2% das intenções de voto quando aparece como o candidato da base governista. No entanto, todos os demais candidatos da oposição cresceras Lula fica com 34,3%; Ciro com 15,8%; Itamar com 10,9%; e Garotinho com 9,1%.
Quando o candidato do governoé o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB),ele alcança apenas 3,9% dos votos e Lula tem seu melhor desempenho, com 36,4%.
Brizola vai processar seu filho, o PT e a Veja
Denúncias publicadas, esta semana, pela revista Veja são “levianas e difamatórias”, diz o presidente nacional do PDT
O presidente do PDT, Leonel Brizola, afirmou que as denúncias publicadas esta semana pela revista Veja são "levianas e difamatórias" e atribuiu a seu filho, José Vicente, e ao PT gaúcho, a responsabilidade pelas informações contidas na reportagem.
"Vou processar criminalmente e por danos morais a Veja, o PT gaúcho e José Vicente pelas insinuações maldosas", disse Brizola em entrevista coletiva, ontem, na sede do PDT, no Centro do Rio.
O ex-governador Leonel Brizola atribuiu as denúncias publicadas em Veja, a seu filho petista, o ex-deputado José Vicente Brizola, com o qual está rompido desde o ano passado. Segundo ele, o PT estaria interessado na divulgação dessas acusações como represália ao PDT, que tem estado à frente das investigações da CPI da Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
O presidente nacional do PDT avisou: "Eu não sou Maluf nem Jader Barbalho. Quanto ao José Vicente, que ninguém pense que ele é meu filhinho, ele é um homem de 50 anos.
Delfim diz que FHC despreza reformas.
Para o deputado, a reforma tributária é o único mecanismo que levaria o Pais ao crescimento.
O deputado Delfim Neto (PPB) disse ontem que a maior dificuldade da gestão Fernando Henrique Cardoso, às vésperas do último ano de mandato, é a falta de empenho na realização de uma reforma tributária. "Uma reforma tributária correta seria o único mecanismo que poderia acelerar o crescimento do Brasil", disse.
Ele criticou também a dependência externa, por ser uma "armadilha" construída ao longo de seis anos de governo. Delfim lembra, no entanto, que a política econômica tem pontos positivos, como a estabilidade. "E um dos programas mais brilhantes de estabilização já construidos", elogiou. Entretanto, ressaltou, "quando se olha à distância, o real é uma luz no meio da escuridão. Escuridão que o governo produziu."
Mas Delfim acredita que, mesmo com dificuldades, a administração de FHC deve levar o País a um crescimento econômico em 2002. 'Acho que é muito pouco provável melhorar a taxa de crescimento, mas teremos condição de crescer um pouco mais do que este ano", afirmou, indicando uma taxa mínima de 1,7%. "Em 2002 não é um despropósito falar em uma taxa de crescimento de 2% a 2,5%. Se tudo der certo", ponderou.
Na condição de quem participou por seis vezes de fim de governo, Delfim afirmou que o último ano de um governo é sempre a mesma coisa. "Ele vai ter dificuldade de arranjar alguém para servir um cafezinho", previu o deputado.
PSDB de Tasso podera presidir CPI contra ele.
O PSDB, partido do governador do Ceará, Tasso Jereissati, poderá ficar com a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar, na Assembléia, denúncias de irregularidades no BEC (Banco do Estado do Ceará), durante o seu governo. O presidente, o vice-presidente e o relator serão escolhidos hoje pelos nove integrantes da CPI, em votação secreta.
Como os tucanos são maioria com três representantes na Comissão -, deverão ficar com a presidência. A relataria deverá ficar com autor do pedido de investigação, João Alfredo Telles (PT). Para vice-presidente, o mais cotado é Mauro Benevides Filho (PPS), que se diz independente.
As investigações estarão centradas entre 1995 e 1998, correspondente ao segundo mandato de Jereissati. Mas o líder dele na Assembléia, Moésio Loiola (PSDB), promete apresentar novas denúncias, tentando estender o período a ser investigado até o ano de fundação do banco (1964), como deseja Tasso. O Ministério Público Federal recebeu documentos do BC, que podem indicar irregularidades no BEC também na gestão de Ciro Gomes (91 a 94).
CPI investiga a presença de ácido e soro no leite
Amostras de longa-vida serão analisadas em laboratório para comprovar presença de fungicida utilizado como conservante
O telefonema de um produtor de leite ao relator Giovani Cherini (PDT), ontem pela manhã, rendeu mais informações à CPI do Leite do que as mais de três horas de depoimento do presidente do Sindilat (Sindicato das Indústrias de Laticínios), Frederico Dürr. O agricultor Érico Batista, de Soledade, denunciou que as indústrias estariam utilizando ácido sórbico em excesso para aumentar o prazo de validade do leite em caixinha.
O ácido é um fungicida e bactericida permitido no processo de conservação do leite. Mas sua ingestão em excesso é prejudicial à saúde. A partir da denúncia, o relator determinou o exame, em laboratório, de amostras de três marcas longa-vida. Ontem, o leite servido para os deputados da CPI foi o de saquinho, que não leva conservantes.
SORO - À noite, mais uma denúncia. O presidente da Associação Gaúcha dos Criadores de Gado Holandês, Mario Santos, informou à CPI que a uruguaia Conaprole está exportando leite longa-vida com som para o Brasil.
Vetado pela legislação brasileira, o uso de soro no leite é tolerado no Uruguai. "O leite desta marca é vendido aos uruguaios a US$ 1,00 e a R$ 0,70 aos brasileiros", disse Santos. Um representante da empresa será convocado pela CPI para explicar o que os deputados entendem como concorrência desleal.
Editorial
A Voz que não queremos ouvir.
Presidente do Grupo dos Profissionais de Rádio de São Paulo, Antônio Rosa dedicou todo um artigo, no jornal do Brasil, para analisar um "sapo" que nos é imposto diariamente: a Voz do Brasil.
'Ao fim de um longo dia de trabalho, cheio de compromissos, você está finalmente dirigindo para casa, logicamente na companhia de milhares de outros carros. Está em busca de entretenimento e notícias. Liga o rádio. De repente, aparece algo muito estranho. É ela. A Voz do Brasil. Você tenta mudar de estação. Nenhuma emissora se esqueceu de colocar no ar o programa".
"Pobre Carlos Gomes", continua ele. "O Guarani é prelúdio de ira nacional. Desde a época getulista, há mais de 50 anos, o governo se vê no direito de impor a voz que não queremos ouvir - e pior: bem na hora do trânsito. Mas fique tranqüilo, porque exatamente o que você faz, desligar o rádio, é a atitude da absoluta maioria. "
Os dois maiores institutos de pesquisa de mídia brasileira, o Ibope e o Marplan, atestam que o horário de pior audiência do rádio é exatamente o das 19 horas. "Depois dessa catástrofe, a audiência volta a crescer, numa prova de que A Voz do Brasil é absolutamente indesejada", diz Antonio Rosa. Ele afirma que é muita pretensão acreditar que o programa, ao utilizar a mesma abordagem editorial, fale com o Brasil inteiro, considerando as dimensões, características regionais e segmentação de público.
Para Rosa, o conteúdo é "inadequado, impertinente e de pouco interesse para os ouvintes, sem falar na linguagem, nada dinâmica e de baixa qualidade sonora. É um programa político sem conteúdo e de credibilidade duvidosa."
Além de provocar uma enorme queda na audiência do rádio, a voz indesejada causa grande prejuízos às emissoras.
"Justamente em horário extremamente propício à obtenção de altas audiências, as emissoras são obrigadas a transmitir o programa em rede", diz Antonio Rosa.
E conclui: "Com o avanço da tecnologia nas comunicações, poderíamos eliminar, no mínimo, a obrigatoriedade de transmissão da Voz do Brasil".
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11/06/2001
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