Diretores do Incor pedem auxílio para salvar instituto
Diretores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo (Incor) pediram, nesta quarta-feira (13), socorro para salvar a instituição da crise financeira que enfrenta. Eles participaram de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para debater justamente os problemas financeiros do Incor e da Fundação Zerbini, que administra o instituto.
Segundo o presidente do Conselho Diretor do Incor, Jorge Elias Kalil Filho, a instituição era superavitária até 1997, quando tinha em caixa R$ 50 milhões. A crise começou, segundo ele, com a implementação da construção do segundo prédio do Incor e a contratação de mais 1.500 funcionários para atender à demanda crescente - medidas que exigiram um empréstimo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- Foi um erro a construção desse prédio e a contratação de funcionários sem o devido planejamento e negociação com o governo. Nossa dívida se desequilibrou na medida em que precisamos desse empréstimo e, hoje, precisamos de ajuda para continuarajudando a população brasileira - afirmou Jorge Kalil.
O diretor-executivo do Incor, David Everson Uip, destacou os trabalhos desenvolvidos pelo instituto, que, segundo ele, "vão muito além do atendimento à população". Entre os exemplos citados estão a produção científica, a publicação de livros e artigos, as teses de doutorado, os prêmios recebidos e o ensino.
- Estamos aqui pedindo ajuda para salvar o melhor modelo de saúde deste país - destacou David, ao ressaltar que a perda do Incor é a perda da capacidade pensante da saúde brasileira.
Já o representante da presidência da Comissão Científica e de Ética do Incor, Protásio Lemos Luz, lembrou que o Instituto é, atualmente, uma das cinco instituições de pesquisa que mais produz no mundo.
- Nós estamos falando de uma estrutura de pesquisa e ensino de primeira qualidade. Se o Incor cair, cai esse modelo. O que nós reivindicamos é a manutenção desse sistema altamente produtivo, reconhecido nacionalmente e internacionalmente - reivindicou Protásio Luz.
Providências
O presidente do Conselho Diretor do Incor afirmou ainda que uma das primeiras providências adotadas por ele, com o objetivo de combater a crise, desde que assumiu o posto em agosto deste ano, foi colocar em execução uma política de "transparência das contas e de controle absoluto de todos os processos". Quanto à Fundação Zerbini, Jorge Kalil informou que a política a ser adotada é fazer com que o órgão concentre suas atividades no Incor.
- Temos que promover essa mudança de foco com relação à Fundação Zerbini - sustentou Jorge Kalil.
Além de vários senadores, participou também da audiência pública o diretor presidente da Fundação Zerbini, Adelmar Silveira Sabino, que não chegou a falar durante a reunião.
13/12/2006
Agência Senado
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