DIRETORES DO MARKA E FONTECINDAM ESTÃO COM BENS BLOQUEADOS



Os bens dos presidentes e diretores dos Bancos Marka e FonteCindam já estão bloqueados e indisponíveis, a partir da decisão tomada nesta quarta-feira (dia 14) pela CPI que investiga o sistema financeiro. A sugestão inicial de bloquear e tornar indisponíveis os bens dos dirigentes desses bancos partiu do vice-presidente da CPI, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), foi complementada por emenda do senador Roberto Requião (PMDB-PR) e aceita pelo relator, senador João Alberto Souza (PMDB-MA). Segundo Arruda, a partir de tal decisão da CPI os bens desses diretores tornam-se automaticamente indisponíveis. A comissão oficializará a decisão e enviará correspondência informando sua decisão aos presidentes e diretores dos dois bancos. O senador do PSDB informou que a decisão foi baseada no artigo 153 do Regimento Interno do Senado, que autoriza os senadores a se reportar ao Código Penal, bem como no artigo 123 do Código Penal, que permite tal decisão em casos relevantes.O senador Jader Barbalho (PMDB-PA), autor do requerimento para criação da CPI e suplente na comissão, disse que "o mercado financeiro será outro depois dessa CPI". Ele prometeu que todos os fatos pertinentes à pauta da comissão serão devidamente apurados.- Quem apostou que a CPI ia ser uma brincadeira errou - disse.Para Barbalho, a CPI não cometeu qualquer extravagância ao decidir tornar indisponíveis os bens dos presidentes e diretores do Marka e FonteCindam, já que são exatamente esses dois bancos os principais objetos de investigação da comissão. Lembrou ainda que toda CPI tem poderes de um juiz e pode valer-se das regras estabelecidas pelo Código Penal.Na reunião da instalação dos trabalhos da CPI, o senador Roberto Requião apresentou requerimento, aprovado pelo relator e pela comissão, propondo o depoimento do ex-presidente do BNDES durante o governo Collor, Eduardo Marco Modiano, ex-sócio do ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes, na empresa de consultoria financeira Macrométrica. Segundo apurou o senador, quando houve a mudança cambial, em janeiro, Modiano telefonou para Lopes e depois ambos se encontraram no Rio, ocasião em que Modiano pediu socorro ao Banco Central porque temia a intervenção deste, que o afastaria do mercado financeiro e ainda tornaria indisponível seus bens, herdados do pai.- Eduardo Modiano foi prontamente atendido no seu apelo ao ex-sócio e o resto ele pode contar na CPI. Foi dele a idéia exposta por Chico Lopes de o Banco Central vender dólar a preço inferior ao do mercado naquele dia. O Marka seguiu a ordem dada pelo Chico Lopes, a pedido de Eduardo Modiano - afirmou RequiãoNa avaliação do senador, essa investigação e o depoimento de Modiano serão fundamentais para a CPI. - Aí está talvez o fio da meada para que a CPI dos bancos tenha o sucesso esperado - observou.

14/04/1999

Agência Senado


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