DIRIGENTE MANIFESTA À COMISSÃO MISTA RESTRIÇÕES AO CONTROLE DE CLUBES POR EMPRESAS



O presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff, em audiência pública nesta quinta-feira (dia 3) na comissão mista destinada a examinar a medida provisória (MP) que altera a Lei Pelé, manifestou-se contrário à possibilidade de uma empresa gerenciar mais de um clube de futebol. A MP, que proíbe o controle de mais de um clube por apenas uma empresa, trata ainda da criação de uma taxa a ser cobrada na abertura de bingos.
Fábio Koff, presidente da instituição que agrega 20 clubes, entre eles Flamengo, Grêmio e Internacional, disse ser favorável à proibição não só pelo perigo de manipulação de resultados, mas também pela possibilidade de formação de cartel, o que, na opinião dele, pode levar ao desaparecimento de clubes menores. "Não vejo investidor apostando em clubes de segunda divisão", disse.
Koff criticou ainda a obrigatoriedade de os clubes se tornarem empresas. Ele observou que a legislação foi elaborada sem que fossem ouvidos os dirigentes dos clubes, sem levar em conta a conveniência do negócio para essas instituições.
- É uma regra compulsória e intervencionista. Clubes-empresas tudo bem, mas empresas-clubes, jamais. As empresas não têm compromisso com o clube. Se amanhã for mais lucrativo plantar batatas no Canadá é o que o investidor vai fazer, eles têm mero espírito especulativo - afirmou.
O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) lembrou o investimento feito pelos clubes na formação de jogadores e Koff destacou a necessidade de a lei garantir o ressarcimento aos clubes pela formação de atletas, prevendo sua permanência no clube por algum tempo. O deputado destacou, ainda, a necessidade de as empresas com participação no capital ou parceiras dos clubes não comprometerem o patrimônio nem terem controle político das entidades esportivas, de forma a garantir a autonomia dos clubes.
O senador Bello Parga (PFL-MA) sugeriu que seja usado o mesmo critério da Fifa: uma empresa não pode controlar mais de um clube em uma mesma competição. Respondendo ao senador, Fábio Koff afirmou que, se uma empresa gerenciar clubes em divisões diferentes, isso pode favorecer o futebol, por incentivar clubes de divisões inferiores.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) questionou a constitucionalidade da MP no sentido de ferir a liberdade de associação e autonomia de entidades esportivas. Lamentou ainda que a medida provisória misture bingos com patrocínio de futebol. A comissão elegeu nesta reunião seu novo presidente, o deputado Ronaldo Vasconcellos (PFL-MG).

03/02/2000

Agência Senado


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