Discussão da agenda política do Parlamento do Mercosul suscita questões polêmicas



O conflito entre a Argentina e o Uruguai em torno da construção de fábricas de celulose, as declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o Senado brasileiro e a questão da liberdade de imprensa na Venezuela foram temas suscitados durante a parte da ordem do dia do Parlamento do Mercosul dedicada à agenda política.

O problema relacionado à construção de duas fábricas de celulose no Uruguai, que levou milhares de argentinos a protestarem em abril último contra o impacto ambiental que poderia ser causado pela instalação dessas indústrias, foi levantado pelo deputado uruguaio Germán Cardoso. Ele defendeu um debate sério e aprofundado sobre o assunto no Parlamento do Mercosul. Mas o tema não foi analisado devido à aprovação de uma moção do deputado paraguaio Hermínio Cáceres para o encerramento da discussão.

A questão das declarações de Chávez foi levada ao Plenário pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Ele falou sobre a forma desrespeitosa com que o presidente venezuelano havia se referido ao Senado, quando a Casa aprovou uma moção pedindo a revisão da decisão de não renovar a concessão de funcionamento da RCTV (Rádio Caracas de Televisión), e disse que o fato "causou incômodo ao Senado brasileiro". Na ocasião, Chávez teria dito que o Senado brasileiro "age como um papagaio do Congresso americano".

Já a manifestação sobre a liberdade de imprensa na Venezuela partiu do deputado uruguaio Pablo Iturralde. Ele disse que voltará a tratar do tema quando a delegação venezuelana estiver presente à sessão do Parlamento do Mercosul. O deputado anunciou que questionará a situação dos direitos humanos, da liberdade de imprensa e da democracia na Venezuela.

México

Durante o espaço da ordem do dia dedicado à agenda política, um dos vice-presidentes do Parlamento do Mercosul, deputado argentino Alfredo Athanasof, lembrou que, em recente encontro entre o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e do México, Felipe Calderón, se discutiu a possibilidade do ingresso do México no Mercosul. Athanasof sugeriu que os presidentes da Câmara e do Senado mexicanos sejam convidados a participar, na condição de ouvintes, das sessões do Parlamento do Mercosul. O presidente do Parlamento, deputado Roberto Conde, disse que a Mesa examinaria a sugestão. Conde aproveitou para informar que, a partir de setembro, as delegações parlamentares dos países associados ao Mercosul participarão das sessões da Casa legislativa.

Em seguida, o presidente anunciou a formação do primeiro grupo político do Parlamento: o Partido Nacional, integrado por sete parlamentares.

Pouco antes do término da quarta sessão ordinária do Parlamento do Mercosul, realizada nesta segunda (6) e nesta terça-feira (7) em Montevidéu, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que os parlamentares dos países que integram o bloco têm de ter o espírito "de crescer e de somar", abrindo mão de discutir problemas internos. No mesmo sentido, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) afirmou que o "espírito de grandeza" deve prevalecer no Parlamento do Mercosul.



07/08/2007

Agência Senado


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