Disputa é acirrada para o Senado









Disputa é acirrada para o Senado
Pesquisa Cepa-UFRGS mostra Zambiasi à frente e três candidatos tecnicamente empatados no segundo lugar

A disputa pelas vagas do Senado se acirrou nos últimos dias. Com 38,4% das intenções de votos, Sérgio Zambiasi (PTB) lidera a mais recente pesquisa do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Emília Fernandes (PT), José Fogaça (PPS) e Paulo Paim (PT) estão na briga pela segunda vaga.

Emília ainda é a segunda colocada, com 28,9%, mas caiu dois pontos e agora está tecnicamente empatada com Fogaça, que cresceu quase quatro pontos e chegou a 28,2%. Em um mês, Paim ganhou quase seis pontos percentuais e tem agora 26,1%.

Zambiasi é a primeira opção de 25,2% dos eleitores e o segundo voto de 13,2%. Emília foi indicada como primeira opção por 17,3%, Fogaça por 15,3% e Paim por 12,4%. O percentual de eleitores indecisos na primeira opção é de 15,5% e na segunda chega a 28,7%.

Os índices de Zambiasi são equilibrados em todas as faixas etárias, inclusive na de 16 a 19 anos (37,3%), antes liderada por Emília, com 37,4%. A senadora tem 28,5% nessa faixa. Fogaça tem melhor desempenho entre os jovens (30,1%), enquanto Paim se sai melhor na faixa de 20 a 39 anos (27,1%).

O desdobramento por grau de instrução mostra Paim (35,7%), Emília (33%) e Fogaça (31,8%) como os preferidos dos eleitores com Ensino Superior, enquanto Zambiasi consolida-se como favorito entre os que têm ensinos Fundamental (40,5%) ou Médio (43,2%).

O Cepa-UFRGS ouviu 1.754 eleitores, em 49 municípios, de 9 a 11 deste mês. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais.


Britto convoca militância
Sobre a carroceria de um caminhão, o candidato Antônio Britto (PPS), voltou a atacar ontem, em Novo Hamburgo, o que chama de partidarização da Brigada Militar e da Polícia Civil no atual governo.

Num discurso de 20 minutos no final da tarde de ontem, na inauguração do comitê do Vale do Sinos do candidato a deputado federal Pedro Ruas (PDT), Britto falou para um público predominantemente de pedetistas.

Ao microfone, Britto voltou a rebater acusações de Tarso Genro (PT):
– Do portão até aqui o palanque já ouvi que nós vamos vender colégios, fechar banco, acabar com não sei o quê. Anda uma maravilha a máquina da mentira, está funcionando a mil.
Com queda de 10,7% na pesquisa Cepa-Ufrgs divulgada no fim de semana, e perdendo a liderança para Tarso, Britto destacou que as próximas semanas serão decisivas nas eleições, e que a disputa deve ser a mais dramática da história recente do Estado.

No sábado, Britto visitou Santo Ângelo, Santa Rosa e Barros Cassal mostrando preocupação em incentivar a militância a buscar votos nas ruas.

– Não vamos escolher somente um governador, mas um modelo de Rio Grande. Em eleição apertada, a diferença de ir para a rua ou ficar em casa é o que decide – disse durante o café da manhã, em Santo Ângelo.

Britto acredita que a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser eleito presidente da República ainda no primeiro turno aumentará a motivação dos cabos eleitorais da Frente Popular.


Rigotto comemora Dia do 15
Comemorando o Dia do 15, o candidato ao governo do Estado Germano Rigotto (PMDB) dedicou o domingo à mobilização da militância do partido, participando de roteiros na Capital e de carreata Santa Maria.

Aproveitando a coincidência da data de ontem com o número da sigla que representa, Rigotto reforçou as atividades de campanha no Estado.

Carreatas, bandeiraços e caminhadas organizadas pelos diretórios municipais ocorreram simultaneamente em cidades gaúchas. Na Capital, Rigotto reuniu dezenas de apoiadores no Brique da Redenção, onde esteve durante a manhã.

Máscaras com o rosto do candidato, bandeiras do partido e balões no formato de coração, o símbolo da campanha, foram distribuídos entre os militantes. Acompanhado dos concorrentes majoritários da coligação União pelo Rio Grande, Rigotto abraçou eleitores, comandou um bandeiraço e posou para fotografias. Esbanjando bom humor, o candidato não se fez de rogado ao deparar-se com militantes do PT e, subindo em uma cadeira, improvisou um rápido discurso.

– Temos três semanas decisivas. Por isso, precisamos redobrar a nossa luta. Estamos provando que o Estado está no caminho certo, buscando um projeto construtivo, sem olhar para o passado nem atirar pedras em ninguém – afirmou.

Em sua passagem por Bagé, na manhã de sábado, Rigotto cutucou o candidato Antônio Britto (PPS):
– Enquanto alguns estão fazendo reuniões para avaliar porque estão caindo nas pesquisas de intenção de voto, sabemos exatamente porque estamos subindo.


Bernardi ataca adversários
A passagem do candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, pelos municípios de Pejuçara e Ijuí, na região Noroeste, foi marcada pelo discurso forte e agressivo contra os adversários.
Bernardi afirmou que o PT está utilizando dinheiro público na campanha e culpou o PMDB pela má conservação das estradas federais no Rio Grande do Sul.

– O PT está usando toda a máquina pública nesta campanha. O poderio econômico é assustador, os cargos de comissões vão trabalhar de bandeira nos ombros, eles fecham as repartições para fazer propaganda política – afirmou.

Para o candidato, o dinheiro que está faltando para a educação, a saúde e a segurança foi utilizado nos cartazes pendurados nos postes.

– Se o PT governasse o Rio Grande do Sul como está sabendo administrar os postes, o Rio Grande teria outro perfil hoje – criticou.

Bernardi também acusou o PMDB pelas péssimas condições das estradas federais no Rio Grande do Sul. Segundo ele, durante os dois governos do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Ministério dos Transportes foi comandado por representantes do partido e, apesar de ambos serem gaúchos, nada foi realizado para beneficiar o Estado.

Nenhum eleitor passou pelo candidato sem receber um aperto de mãos. Ele abraçou e cumprimentou pedestres e cavaleiros na praça central de Pejuçara e visitou um churrasco comunitário na Capela Santo Antônio. Em seguida, almoçou com lideranças da região na Sociedade Ginástica de Ijuí (Sogi) e conversou com tradicionalistas no CTG Clube Farroupilha.


Tarso vibra com pesquisa
O crescimento da candidatura de Tarso Genro (PT) nas pesquisas de intenção de voto para o governo do Estado pautaram os comícios da Frente Popular no fim de semana.
A vantagem de 4,9% sobre Antônio Britto (PPS), apontado na pesquisa Cepa-UFRGS no fim de semana, motivou dezenas de militantes a saírem às ruas do Litoral Norte e da Capital, onde o petista esteve ontem.

O candidato visitou Torres, Tramandaí e Osório. O desenvolvimento do turismo na região e a defesa do Orçamento Participativo foram assuntos predominantes em seu discurso. Em Torres, Tarso comemorou a pesquisa:

– O que vocês estão vendo confirma uma tendência. No meio desta semana, estaremos com seis pontos de diferença de Britto.

Tarso permaneceu menos de uma hora na cidade, partiu para Imbé e seguiu em carreata até Tramandaí. De cima de um trio elétrico, Tarso posou para fotógrafos. No final do discurso, o candidato voltou a criticar Britto, a quem se referiu, sem citar nome, como “vendilhão”.

– Quem vende as suas coisas é vendedor. Quem vende as dos outros é vendilhão – afirmou, criticando as privatizações no governo anterior.

Em Porto Alegre, uma cavalgada organizada pelo núcleo nativista do PT marcou as atividades de campanha na manhã de ontem. Aproveitando as comemorações da Semana Farroupilha, cerca de cem cavalarianos pa rtiram de Viamão ao Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, divulgando a Segunda Cavalgada Rumo ao Piratini.


Presidente eleito no Exterior
Cerca de 70 mil brasileiros devem votar em outubro em 92 países

O futuro presidente da República contará com um eleitorado fora dos 8.514.204,9 quilômetros quadrados do território nacional.

Aproximadamente 70 mil eleitores depositarão seus votos em seções espalhadas por 92 países do mundo no dia 6 de outubro.

São pessoas que tranferiram o título por meio de embaixadas e consulados para não abrir mão de participar da maior eleição da história do país. Todo brasileiro que vive no Exterior pode comunicar às instituições locais sua condição de eleitor e sua residência.

A mudança para esse ano é a implantação de urnas eletrônicas em 26 cidades do Exterior. O número é pequeno, mas deve atender as zonas com o maior número de eleitores. Nos Estados Unidos, que somam mais de 24 mil votos, terão urnas as cidades de Miami, Nova Yorque e Washington. Outros países, com apenas 50 eleitores ou menos, não devem influenciar o tempo de apuração no Brasil. Caso da Arábia Saudita, com 51 eleitores, e da Nova Zelândia, com 34.
A jornalista Regina Marquardt tem 41 anos e votará em 6 outubro pela primeira vez para presidente. Em Zurique, na Suíça.

– Fiquei muito feliz. Significa para mim manter um vínculo com o meu país de origem – diz Regina, que foi convocada para ser mesária de sua seção.

Casada com um professor de Física brasileiro, seus dois filhos nasceram em Zurique. A mesária aposta que conhecerá muitos brasileiros em 6 de outubro:

– Como o consulado de Genebra foi fechado, a votação deve centralizar todo mundo em Zurique.
Para trocar idéias, os brasileiros que moram na cidade chegaram a fazer na semana passada um debate sobre as eleições.

Os votos eletrônicos entram direto no sistema da 1ª Zona Eleitoral, em Brasília. No caso de urnas convencionais, a apuração é feita no país, e o boletim mandado por meio da Internet. Após a contagem, a urna é enviada por meio de mala diplomática para o Distrito Federal.

A advogada Isabel Finkler, 27 anos, há dois residindo na França, pretendia votar em 6 de outubro, mas está impedida. Isabel perdeu o prazo para transferência do título. Ela responsabiliza o consulado da cidade em que mora pela falha, que teria lhe passado informações desencontradas.

– Essa é a primeira vez que não vou votar. Estou achando uma vergonha – afirma a moradora de Toulouse.

Para Isabel, a solução será justificar o voto junto à Justiça Eleitoral.


Oposição critica previsão de Orçamento do Piratini
A previsão orçamentária para 2003, entregue pelo governador Olívio Dutra ao Legislativo na sexta-feira, foi alvo ontem de críticas de deputados de oposição.

Mesmo sem ter a proposta em mãos, os parlamentares acusaram o governo de estar cometendo uma fraude ao prever déficit público zero para as finanças públicas estaduais no próximo ano.
O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia, Berfran Rosado, e os deputados Cézar Busatto e Bernardo de Souza, todos do PPS, reuniram-se com a imprensa às 16h30min para apresentar uma “primeira análise” do orçamento que calcula um crescimento da arrecadação em 8,5% e estimativa de despesa igual à receita.

– É uma fraude. Esse governo está fazendo da mentira uma maneira de governar – disse Bernardo de Souza, salientando que o grupo tomou conhecimento do projeto por meio dos jornais.

Nos cálculos dos deputados, o resultado do exercício de 2003 deverá atingir um déficit de, pelo menos, R$ 1,6 bilhão. A diferença entre as previsões fica por conta dos gastos com pessoal e com o serviço da dívida. Pelas contas dos parlamentares, a folha de pagamento atingirá R$ 6,9 bilhões no próximo ano, R$ 1,1 bi a mais do que o Palácio Piratini pretende destinar para a rubrica.
Além do déficit, o Estado também ficaria fora dos critérios estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal para as despesas com servidores. A legislação determina um limite de 66% de comprometimento da receita com a folha de pagamento. O Piratini comemorou na sexta-feira a perspectiva de destinar 64,36% da receita para o funcionalismo. Na projeção oposicionista, o índice ficaria entre 83% e 84%.

Ontem, Berfran também mostrou à imprensa os números da Comissão de Fiscalização e Controle para os gastos estaduais com saúde e educação. O deputado tem acusado o governo de não cumprir com determinações constitucionais, que estipulam a aplicação mínima de 10% da receita na área da saúde e de 35% na educação.


Lula volta a liderar no Estado
Serra cresce e assume o segundo lugar, enquanto Ciro cai 19 pontos e fica em terceiro

Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) lideram a disputa à Presidência no Rio Grande do Sul. O petista cresceu 6,4 pontos percentuais e retoma a liderança, com 36,2% na mais recente pesquisa do Cepa-UFRGS.

O maior crescimento ficou por conta do tucano, que agregou 16,1 pontos em comparação aos números coletados em agosto e agora aparece em segundo lugar com 28,9%. Ciro Gomes (PPS), que na pesquisa anterior estava à frente de Lula, caiu 19 pontos percentuais e está em terceiro lugar, com 14,2%. Anthony Garotinho (PSB) tem 7,5%.

A pesquisa foi feita entre 9 e 11 deste mês, com 1.753 eleitores. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos.


Pesquisa influi no ritmo da campanha
Mesmo que oficialmente a maioria dos candidatos despreze as pesquisas, o levantamento do Cepa-UFRGS publicado na edição de ontem de Zero Hora provocou agitação nos comitês.
As reuniões de avaliação e planejamento, que normalmente ocupam boa parte da segunda-feira dos candidatos, devem ser pautadas pelas pesquisas que apontam estabilidade nos índices de Tarso Genro (PT), queda de Antônio Britto (PPS) e ascensões de Germano Rigotto (PMDB) e Celso Bernardi (PPB).

Rigotto não esperou pela segunda-feira. Ontem mesmo, avaliou o resultado da pesquisa em conversa com o senador Pedro Simon, o coordenador da campanha, Alberto Oliveira, o ex-ministro Luis Roberto Ponte e outros líderes do PMDB. Alberto assegura que a coligação vai manter o tom propositivo e evitar agressões aos adversários. Embora Rigotto tenha pouco mais de um terço das intenções de Britto, o segundo colocado, o comando da campanha está entusiasmado, principalmente com a subida nas simulações de segundo turno.

O PT acena com uma trégua a Britto, mas não admite que a mudança de tom seja conseqüência da pesquisa.

– Já estava programada uma mudança. O objetivo de esclarecer quem é o nosso adversário Antônio Britto foi completado. As pesquisas, inclusive as nossas, nos ajudam nessa avaliação – diz Marcel Frisson, coordenador de comunicação de Tarso.

De acordo com Frisson, os programas agora darão mais espaço às propostas e à comparação entre o governo anterior e o do PT.

Depois de participar de um comício em Novo Hamburgo, ontem à tarde, Britto disse que a pesquisa não mudará a campanha:
– Já tivemos pesquisas do Cepa em março decretando que não iria haver eleição. Depois tivemos outras dizendo que a gente estava na frente. Estes números não mudarão em nada a nossa estratégia de campanha.

O coordenador da campanha de Britto, Nelson Proença, optou por desqualificar a pesquisa:
– Este instituto nos botou muito atrás e depois muito na frente. Agora voltou a nos colocar lá embaixo. Falta rigor e apuro técnico.

A coordenação da campanha de Celso Bernardi (PPB) vai se reunir para discutir a estratégia. A candidata a vice-governadora, Denise Kempf, diz que a receptividade à candidatura de Bernardi é maior d o que os índices obtidos na pesquisa.


Lula intensifica ataques a FH
Candidato criticou o governo federal pela “criação” de desempregados no país

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, está intensificando os ataques ao presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula criticou FH no sábado, ao dizer que a especialidade do governo federal foi criar 12 milhões de desempregados em oito anos.

– Não é o povo que quer demais (empregos), é o governo que dá de menos – disse.
O petista fez a declaração durante comício em Mauá, na região metropolitana de São Paulo, no lançamento do programa de emprego do candidato ao governo de São Paulo pelo partido, deputado José Genoino.

Lula disse que não prometerá “milagres”, mas não terá sossego até que cada cidadão possa comer três pratos de comida por dia.

– Se não se investir em emprego agora, teremos de investir em cadeias para prender Fernandinhos Beira-Mar espalhados por aí – completou.

Durante o comício, Lula ficou emocionado ao relembrar dos nove meses em que disse ter ficado desempregado, em 1965. Declarou que todos os outros candidatos só sabem o que é desemprego pelas estatísticas, e que ele, ao contrário, ia de casa a pé procurar trabalho na Volkswagen, no bairro Mercedes.

Lula deverá participar de cinco outros compromissos de campanha de Genoino nessa semana em São Paulo. É uma tentativa de usar a liderança de Lula nas pesquisas para alavancar o candidato ao governo do Estado. No último Datafolha, Genoino tem 17% das intenções de voto, atrás de Paulo Maluf (PPB), com 35%, e Geraldo Alckmin (PSDB) com 25%.

Ainda no sábado, Lula participou de showmício em Campinas, onde lembrou da morte do prefeito Toninho do PT, assassinado em setembro do ano passado.


Ciro adverte Lula
O candidato Ciro Gomes (PPS) alertou o petista Luiz Inácio Lula da Silva e voltou a atacar o candidato José Serra (PSDB). Em visita ao Mercado Municipal de São Paulo, no sábado, Ciro disse que Serra não tem os requisitos básicos para ser presidente do país.

As afirmações de Ciro foram dadas ao ser questionado sobre suas declarações à revista Isto É desta semana, em que ele acusa Serra de ser “projeto de ditador”.

Ciro disse ainda que Lula começará a experimentar “do remédio da baixaria eleitoral”, do qual diz ter sido vítima.

– O Lulinha paz e amor vai ter aquilo que ele achou bom, a baixaria que o Serra fez, que o governo fez e que ele achou bom quando veio para cima de mim – declarou Ciro.
Ciro se mostrou magoado e criticou a postura de Lula durante o período em que se travaram ataques entre ele e Serra.

– Eles comemoraram essa baixaria e agora Lula vai experimentar. Já que ele legitimou esses remédios, ele que vá suportar – disse.


Garotinho fala de adversários
O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, disse sábado em João Pessoa (PB) que os candidatos José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) têm razão quando se atacam mutuamente.

– Quando o Serra chama Ciro de desequilibrado, ele tem razão. E quando Ciro chama Serra de mentiroso, ele também tem razão. Os dois têm razão – afirmou.

Segundo ele, as pesquisas mostram que sua candidatura cresce, apontam queda na de Ciro e demonstram que Serra está estacionado. Garotinho diz que as próximas pesquisas mostrarão que ele já ultrapassou Ciro e que está perto de Serra. Segundo ele, sua candidatura crescerá principalmente no Nordestes em função do seu compromisso com a região.

Garotinho chegou à capital paraibana por volta das 10h e foi recebido por um grupo de pastores e alguns militantes do PSB. Em seguida, ele se dirigiu ao centro da cidade, onde fez caminhada na principal rua do comércio, a Duque de Caxias. Depois, participou de um comício em frente à sede do PSB.

e participou de um almoço com lideranças políticas e religiosas. Ele viajaria para Natal por volta das 16h.


Serra volta a prometer reativação da Sudene
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu ontem reativar a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), se for eleito.

A promessa foi feita durante visita à cidade de Nanuque, em Minas Gerais. Esta não é a primeira vez que o tucano se compromete em trazer de volta a extinta Sudene – ele assume o mesmo compromisso todas as vezes que visita áreas que eram beneficiadas pelo órgão:
– Vamos refazê-la em outras bases, muito mais eficientes.

Ontem ainda, Serra participou de caminhada organizada pelo governador Joaquim Roriz (PMDB) no eixo central de Brasília. A manifestação foi considerada maior até agora preparada para Serra. Ao final de um trecho de dois quilômetros, já em cima de um trio-elétrico, eles soltaram pombas brancas, numa alusão à necessidade de paz.


Eleição em clima de golpe
A história das eleições (15)- Juscelino Kubitschek – 1955

Quando o PSD se reuniu para escolher seu candidato às eleições de 1955, quase todos do partido apontaram o nome de Juscelino Kubitschek. À frente do governo de Minas, ele havia construído cinco usinas hidrelétricas e mais de 3 mil quilômetros de rodovias. Era o nome de maior projeção do partido.

No entanto, a realização das eleições era uma incógnita. Desde o suicídio de Vargas, o país enfrentava turbulências. Falava-se em golpe e os militares diziam não ter preferência, mas achavam conveniente uma candidatura única. Juscelino sabia o que isso significava: todos poderiam ser candidatos, menos ele.

A birra dos militares estava na crença de que Juscelino era um herdeiro do populismo de Vargas, capaz de fazer aliança até com comunistas. Poucos estavam tão distantes das teorias marxistas quanto JK. Mas os comunistas de Luiz Carlos Prestes o apoiariam naquela eleição e o seu vice era ninguém menos que o ex-ministro do Trabalho de Vargas, João Goulart. No fundo, o movimento anti-JK tinha coloração partidária, pois vinha de militares udenistas ou de civis como o jornalista Carlos Lacerda que, por mais de uma vez, defendeu a necessidade de um golpe de Estado.


A carta falsa
Para neutralizar a tese do candidato único, JK estimulou o surgimento de outros nomes. Convenceu o antigo líder integralista Plínio Salgado a lançar-se pelo PRP. E quando o líder do PSP, Adhemar de Barros, disse que entrava na disputa, a UDN apressou-se a divulgar o nome do general Juarez Távora.

O esforço da UDN consistiu em criar obstáculos à candidatura de Juscelino, que percorria o país prometendo transferir a capital federal para o planalto goiano. Tentando levantar suspeita sobre sua integridade, a bancada udenista pedia a JK que apresentasse uma declaração de bens e, quando o fez, foi exigida a instalação de uma CPI. O Congresso julgou o pedido inconstitucional.
Em agosto, o Clube Militar se reuniu para condenar a “pseudolegalidade”, isto é, as eleições livres com tantos candidatos. Fazendo coro ao general Pereira da Costa Canrobert, Lacerda propôs medidas “para resolver a crise” como a adoção do parlamentarismo, o adiamento das eleições, a dissolução do Congresso e a convocação de uma Constituinte.

Lacerda protagonizaria ainda o episódio da “farsa da carta Brandi”. Em 5 de agosto, o jornalista leu diante da TV uma carta supostamente escrita pelo deputado argentino Antonio Jesús Brandi a João Goulart relatando o curso dos entendimentos que ambos manteriam com o ditador argentino Juan Domingo Perón, com o objetivo de implantar no Brasil uma república sindicalista.
O general Henrique Lott, ministro da Guerra, mandou apurar pessoalmente a denúncia. O inquérito policial-militar, cuja sindicância estendeu-se a Buenos Aires, concluiu pela falsidade da carta.


O g olpe da legalidade
Nada foi suficiente para abalar JK, mas sua imagem foi fortemente atingida pela contrapropaganda. O resultado foi apertado: 36% contra os 30% de Juarez Távora e 26% de Adhemar de Barros. A eleição estava ganha, mas não garantida. Logo após a apuração, a UDN foi à Justiça tentar anular o pleito, alegando falta de maioria absoluta de JK. Lacerda voltou a pregar o golpe. A situação só se acalmou quando o presidente Café Filho declarou que daria posse aos eleitos.

Um mês após as eleições, dá-se o último lance antes da posse. Um general pede a palavra no enterro de Canroberte e incita as forças militares ao golpe. Impedido de puni-lo, Lott exige que Café Filho o faça. Mas em dois dias, o presidente adoece e deixa o governo a Carlos Luz, seu vice.
Luz, um pedessista de inclinação udenista, ignora o problema. Lott demite-se e, horas depois, volta com as tropas do 1º Exército e depõe o presidente, naquele que ficou conhecido como o “golpe da legalidade”. A presidência é então entregue ao vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, que decreta o estado de sítio por 30 dias e garante, desse modo, a posse de Juscelino.


Ausência criticada
O esperado debate entre candidatas, ontem, em Pantano Grande, se transformou em discursos alinhados contra o PT. A candidata petista ao Senado, Emília Fernandes, cancelou no sábado à noite a participação no evento paralelo ao leilão 100% D´Elas, abrindo o flanco para que as demais convidadas se unissem no ataque ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), à política educacional e à insegurança.

O debate teve a presença de Denise Kempf, vice de Celso Bernardi (PPB) ao governo estadual, a professora Iara Wortmann, candidata à Assembléia pelo PPS, e a agropecurista Greice Martins, que tenta uma vaga na Câmara pelo PTB. Todas foram aplaudidas com entusiasmo.

A ausência de Emília foi criticada pelas produtoras rurais que lotaram o restaurante do Centro de Remates de Pantano Grande.

Perigo no céu 1
Uma mulher ficou ferida ao ser atingida por um pára-quedista durante a caminhada promovida pelo candidato à Presidência José Serra (PSDB) e pelo governador do Distrito Federal e candidato à reeleição, Joaquim Roriz (PMDB). O pára-quedista, que trazia uma bandeira com os nomes dos candidatos, aterrissou sobre a mulher que acompanhava a caminhada. A vítima, cujo nome não foi identificado, foi socorrida em um hospital próximo.

Perigo no céu 2
Depois de Lula (PT) e de Paulo Maluf (PPB) passarem por maus bocados em viagens aéreas, no sábado foi a vez do governador paulista e candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB), tomar um susto. O helicóptero que o transportava fez um pouso inesperado em um lugar pouco apropriado: um posto de combustíveis.

PTzinhos
Como já é uma tradição na campanha gaúcha, o PT colocou no Brique ontem sua tropa de choque infantil. É o grupo PTzinho, formado por filhos de militantes, devidamente paramentados com lenços, camisetas e bandeiras com a marca da “tendência”. Dois palhaços garantiram a euforia da geração mirim do partido.

Caminhada com Patrícia Pillar
Hoje tem Patrícia Pillar em Porto Alegre. Mulheres militantes e simpatizantes da coligação O Rio Grande em 1º Lugar farão uma caminhada no centro da Capital, em apoio às candidaturas de Antônio Britto e Ciro Gomes (PPS).

A concentração será na Praça Dom Feliciano, às 16h, partindo dali até a Praça da Alfândega.

O Brique da Redenção foi invadido por pelo menos mil germanos rigottos na manhã de ontem. Repetindo uma estratégia de sua campanha para vereador, o candidato a vice na chapa, Antônio Hohfeldt, mandou confeccionar máscaras com o rosto de Rigotto. A novidade foi um sucesso. O problema era saber onde estava o verdadeiro Rigotto.


Artigos

A violência que ninguém vê
Martin Luiz Gomes

Dados do Ministério da Justiça mostram que o Rio Grande do Sul é o quinto Estado menos violento do Brasil, com uma taxa de homicídios de 11,93 por grupo de 100 mil habitantes. O Estado campeão é o Amapá, com taxa de 48,01 por grupo de 100 mil habitantes. A colocação privilegiada do Rio Grande do Sul derruba a idéia de desgoverno da segurança pública, uma falácia que muitos tentam disseminar, para sugerir a idéia de incompetência das pessoas que hoje administram o Estado e, especialmente, a segurança pública.

Aí está a primeira contradição de todos os que se utilizam do drama da criminalidade (que afeta todo o país) para desqualificar a segurança gaúcha. Se este setor está tão desarticulado quanto querem fazer crer, por que nossos índices de violência são mais baixos? Se ainda faltam policiais, mesmo depois de contratados mais de 3 mil por concurso público (um novo concurso já realizado permitirá a contratação, em breve, de mais de 2,4 mil policiais militares), como era então a segurança no governo anterior, que demitiu mais de 1,5 mil agentes?

Para o governo do RS a segurança dos cidadãos inclui obrigatoriamente a valorização dos policiais

Desde que o atual governo assumiu, 25 mil servidores da segurança pública passaram por cursos de qualificação, que visam a prepará-los para desempenhar com serenidade o complexo trabalho que lhes cabe. A formação continuada, além de ser em si mesma uma forma de valorização do servidor, permite que o policial se aprimore do ponto de vista técnico e que cresça também em solidariedade, humanidade e cidadania.

Uma parcela da sociedade costuma reagir irracional e vingativamente frente aos crimes graves e até diante dos pequenos delitos. Muitos advogam a pena de morte; outros querem uma grande penitenciária perdida no meio da selva amazônica. Há os que simplesmente pedem que seja metralhado todo e qualquer suspeito e ainda há quem queira ver encarcerados, junto com prisioneiros adultos, infratores de 16 anos ou menos de idade – desde que esses adolescentes não sejam nossos filhos, claro, no caso de cometerem alguma ilegalidade.

Porém, essa mesma sociedade, que pede punição vingativa contra o batedor de carteiras, acha normal que uma das mais brutais concentrações de renda do mundo – como é a do Brasil, segundo dados da ONU – condene milhões de brasileiros à miséria e à falta de oportunidades. Aquelas oportunidades que deveriam ser oferecidas a todos, mas que são dadas com naturalidade apenas a uma pequena casta de bem-nascidos: casa confortável, comida, saúde, escola, boas roupas, transporte, trabalho, lazer e cultura. São legiões de seres humanos que já nascem com seus direitos elementares violentamente sonegados. Mas essa violência, parece, pouca gente vê.

Para o governo do Rio Grande do Sul, a segurança do cidadão inclui, obrigatoriamente, a qualificação e a valorização dos agentes policiais. Mas depende também, em grande parte, de políticas que dêem conta dos problemas sociais historicamente desconsiderados pelas autoridades. Problemas que, apesar de todas as dificuldades, agora vêm sendo enfrentados.


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Anistia e indenização
Quase mil ex-presos políticos de Santa Catarina aguardam as indenizações previstas na Medida Provisória 2.151 editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso com objetivo de encerrar o processo de indenizações devidas a milhares de brasileiros beneficiados com a lei de anistia. A categoria está mobilizada porque, até agora, no caso de Santa Catarina, nenhum ex-preso político foi ainda indenizado como prevê a MP. O ex-ministro José Gregori, que agora é o embaixador do Brasil em Portugal, deu atenção especial ao importante tema, limitando-se porém a honrar as indenizações de anistiados com renome nacional. Recentemente o presidente do PT, deputado José Dirceu, recebeu a indenização prevista em lei. Antes dele, outro deputado e ex-ministro Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP) também fez jus à indenização.

A mobilização dos ex-presos políticos catarinenses ganhou força com a criação da Associação Catarinense de Anistiados Políticos – Acap, presidida por Carlos Fernando Priess. A diretoria da entidade já enviou à bancada catarinense no Congresso e à mídia nacional um apelo para que as indenizações sejam pagas e o processo de anistia concluído. Também estão enviando às assessorias dos candidatos à sucessão presidencial apelo para que essa questão seja incluída na pauta das prioridades de governo, para quem sair eleito das urnas, em outubro. No Ministério da Justiça, a comissão provisória encarregada de examinar os processos informa que até agora dos 9,9 mil processos em exame apenas 52 anistiados receberam indenização com pagamento único. Existem ainda mais de 3 mil processos que continuam no protocolo. A comissão, através de três câmaras, examina os casos de anistia na administração pública direta, indireta e militar.

As desconfianças dos anistiados políticos catarinenses e de outros Estados, de que está sendo dada prioridade às figuras proeminentes, em detrimento ao direito de outros até mais necessitados, é contestada pelo Ministério da Justiça que alega estar examinando os processos pela ordem do protocolo. Com as limitações orçamentárias, os anistiados com direito a indenização já sabem que terão que se manter mobilizados por muito mais tempo.


JOSÉ BARRIONUEVO

Orçamento é motivo de polêmica
Faltando 20 dias para a eleição, os candidatos deixam de lado as retaliações e concentram os programas eleitorais no rádio e na TV em cima de projetos. A forte queda de Britto e o desgaste de Tarso, mesmo tendo o petista assumido a primeira posição, revelam o cansaço do eleitor em relação à baixaria da campanha.

Nas últimas três semanas, o debate ficará concentrado no projeto do Orçamento remetido sexta-feira pelo governador à Assembléia. O exame da difícil situação das finanças será ponto de partida para a apresentação de projetos pelos candidatos.

Berfran vê fraude
As primeiras análises, como as que foram apresentadas ontem pela bancada do PPS apontam o que o deputado Berfran Rosado, presidente da Comissão de Fiscalização e Controle da Assembléia, define como fraude. Uma simples análise mostra que os números do projeto de Orçamento não se sustentam.

Salário comprometido
Os primeiros estudos feitos por técnicos do Sindicato de Auditores de Finanças Públicas apontam para atraso no pagamento dos salários ainda neste governo, a não ser que sejam efetivadas operações que terminarão comprometendo a próximo administração.

Diante da polêmica em torno dos números, caberá à Assembléia, na sua pluralidade, oferecer uma informação técnica objetiva, sobre a realidade financeira do Estado, que é ponto de partida para a compreensão dos diversos projetos em exame na campanha. O novo Orçamento, que estabelece os limites da governabilidade do sucessor de Olívio, entra em pauta na sessão de amanhã.

Candidatos alertam para os números
Celso Bernardi (PPB) e Germano Rigotto (PMDB) manifestaram ontem preocupação com os primeiros estudos feitos por suas assessorias sobre o projeto de Orçamento apresentado para o próximo ano. Ambos entraram em contato com suas bancadas para que apresentem amanhã mais informações sobre o que definem como um escândalo.

Bernardi convocou os deputados do PPB e a assessoria técnica para um reunião no início da tarde desta terça-feira.

– É uma peça de ficção. Tarso e Olívio fazem uma dupla perfeita: na campanha, Tarso mente com as palavras; no governo, Olívio mente com os números – diz Bernardi.

Impressionado com o estudo apresentado, Rigotto pediu que sua equipe técnica aprofunde a análise dos números. Tem indicativos de que Olívio está fazendo um verdadeiro malabarismo para pagar em dia o salário, consciente de que eventual atraso mostraria o tamanho do rombo nas finanças.

Já os deputados do PPS convocaram ontem a imprensa para uma primeira avaliação, apontando um déficit acumulado de R$ 4,3 bilhões no final do governo Olívio.

- Tentam esconder um déficit de R$ 1,5 bilhão – disse Bernardo de Souza, líder do PPS, que coordena a subcomissão do caixa único.

Zambiasi consolida favoritismo
O deputado Sérgio Zambiasi é beneficiado numa eleição em que serão renovados dois terços do Senado na soma do primeiro e segundo votos do eleitor. Tem outro aspecto que favorece o líder maior do PTB gaúcho: os outros três adversários em potencial (José Fogaça, Emília Fernandes e Paulo Paim) estão embolados na segunda posição, segundo a pesquisa do Cepa/UFRGS publicada nesta edição.

Segunda vaga – José Fogaça, que tem sido um dos parlamentares de maior destaque no Senado, subiu alguns pontos na pesquisa do Cepa (de 24,3% para 28,2%) empatando com Emília, que baixou dois pontos (de 30,9% para 28,9%).

Paim cresce – Na pesquisa publicada na edição de hoje, Paulo Paim é o candidato que mais cresce (de 20,7% para 26,1%), encostando em Fogaça e Emília. Há grande flutuação com um grande número de eleitores que não definiu ainda o voto.

Apoio de Rosinha
Presidente do PSB, Beto Albuquerque esteve ontem no Rio para acertar com Anthony Garotinho um roteiro no Estado no próximo fim de semana. Acompanhado de Caleb de Oliveira, candidato a governador, Beto está gravando programas de TV com Rosinha Matheus, que dispara com possibilidade de ganhar a eleição no Rio já no primeiro turno.

Polícia gera impasse
Pode ocorrer um impasse na pauta de votações da Assembléia Legislativa com a ausência de um entendimento entre o governo e entidades de classe no exame do plano de carreira para a Polícia Civil. Os deputados estão sugerindo que seja retirado o pedido de urgência na votação, para que seja destrancada a pauta de votações.

Mirante
• Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado realizada na Corsan e uma denúncia da Associação dos Procuradores do Estado (Apergs), presidida por Sérgio Gualdi, são dois assuntos explosivos da semana.

• A contratação de profissionais com notória especialização na área tributária está provocando a reação de procuradores, que estranham o gasto do Estado com advogados, quando existem profissionais na PGE de grande conceito e reconhecido saber nesta área. Polêmica desemboca na Assembléia Legislativa.

• Maior índice de rejeição de Emília Fernandes estabelece um limite maior à senadora em relação a seu companheiro de partido, Paulo Paim.

• Paim passa a ocupar a segunda posição, abaixo apenas de Sérgio Zambiasi, na pesquisa espontânea.

• Crescimento do presidenciável José Serra (PSDB) no Estado, agora na frente de Ciro Gomes (PPS), também ajuda Germano Rigotto e os dois candidatos ao Senado da coligação, Odacir Klein (PMDB) e Vicente Bogo (PSDB).

• Próxima pesquisa funcionará como um tira-teima, diante na movimentação recolhida pelas avaliações feitas na última semana.

• Os programas de propaganda eleitoral no rádio e na TV de Britto, Tarso e Rigotto devem mudar a partir de hoje. Vale repetir: dos três, o do PPS é o que exige mudança maior, por problemas técnicos, de conceituação e edição.

• Excesso de concentração de poder em Nelson Proença – presidente do partido, coordenador de campanha e candidato – está transformando a campanha do PPS numa torre de babel. Quem perde mais é Britto.


ROSANE DE OLIVEIRA

Voto a voto
Será de tirar o fôlego a disputa pelas duas vagas de senador no Rio Grande do Sul, apesar da sólida vantagem de Sérgio Zambiasi na primeira posição. Com Emília Fernandes e José Fogaça empatados, e Paulo Paim lo go atrás na quarta posição, pode-se prever um embate vigoroso neste final de campanha. Nem mesmo Zambiasi, com seus 38,4% pode se considerar eleito.

Como ainda é alto o percentual de eleitores que não sabe que precisa escolher dois candidatos – ou que está indeciso em relação ao segundo nome – existe margem para crescimento de todos os candidatos. Confrontados com uma lista em que aparecem todos os 17 postulantes às vagas de senador, 15,5% não indicaram sua primeira opção e 28,7% deixaram de indicar o candidato à segunda vaga.

Na eleição de 1994, os gaúchos foram dormir na noite da eleição convencidos de que os favoritos eram José Fogaça e Cezar Schirmer. Em uma semana, Emília ultrapassara Aldo Pinto, mas estava com 15% na última pesquisa divulgada antes da eleição, contra 22% de Schirmer. Nem a pesquisa de boca-de-urna conseguiu indicar quem ficaria com a segunda cadeira. Em uma apuração tensa, Schirmer largou na frente, mas foi ultrapassado por Emília, que apesar de desconhecida acabou sendo eleita.

Em 1998 não teve nem graça. Pedro Simon começou a campanha como favorito, liderou todas as pesquisas e venceu a eleição com 2.485.111 votos, equivalente a 54,3% dos votos válidos. Foi uma vitória tão expressiva que é raro hoje encontrar um eleitor que lembre quem foram os adversários do senador na disputa (José Paulo Bisol, Pedro Ruas e seis de partidos nanicos).
A pesquisa sobre a eleição presidencial no Rio Grande do Sul reproduz o quadro nacional em relação à liderança de Lula, mas aponta uma diferença significativa no segundo lugar. José Serra cresceu e está com 28,9% – o dobro de Ciro Gomes. Esse resultado sugere que o eleitor gaúcho, considerado um dos mais politizados do país, também é dos mais volúveis. Na pesquisa do Cepa realizada nos dias 12 e 13 de agosto, Ciro era o líder na preferência dos gaúchos, com 33,2%. Lula tinha 29,8%.


Editorial

FALTAM TRÊS SEMANAS

O primeiro turno da eleição geral brasileira, a maior que o país já viveu, ocorre em três semanas. Os brasileiros estão democraticamente envolvidos nesse clima de disputa cívica, numa demonstração de vigor das instituições políticas. Pesquisas eleitorais, debates entre candidatos, a paisagem das ruas e especialmente o programa gratuito de televisão indicam compreensivelmente o acirramento do debate e da disputa. Uma campanha eleitoral é, por definição, um confronto de posições, de idéias, de perfis, de experiências e de projetos. Compreende-se, por isso, que no aceso dos debates os candidatos e suas alianças partidárias tentem valorizar-se e busquem colocar-se como alternativas melhores e tentem apontar os pontos vulneráveis dos adversários.

Até aí, nada mais democrático nem mais compreensível. O que não é democrático, nem compreensível, nem civilizado é extrapolar os limites, baixar o nível e utilizar-se de meias verdades ou de mentiras completas nessa tentativa de buscar o voto do cidadão. Duas décadas depois da democratização do país e no processo da quarta eleição direta consecutiva para a Presidência da República e os governos estaduais, cabe aos partidos e candidatos zelar para que essa pequena mas consistente tradição eleitoral se aprimore ainda mais. A disputa eleitoral não é o jogo do vale-tudo. E a eleição em si não é mais que a execução de uma rotina de aferição da vontade da população, construída sobre rituais rígidos para evitar que tal manifestação seja perturbada ou fraudada. Nosso aprimoramento político, que já avançou e que já permite que o país seja visto como uma democracia grande e sólida, pode e deve avançar ainda mais até converter-se num processo sem sobressaltos.

Está em causa não uma revolução, mas a singela substituiçãode governantes

O que está em causa nesta e em qualquer eleição, por mais momentosos que sejam os problemas em debate, é singelamente a substituição de autoridades legislativas e executivas. Não se trata de uma revolução, mas, ao contrário, do cumprimento das disposições constitucionais e legais que dão forma ao princípio republicano da alternância dos representantes da população à frente dos poderes do Estado. Por isso, nada justifica comportamentos que quebrem as normas estabelecidas ou que firam a urbanidade, o bom senso e até o bom gosto. O eleitor, que amadurece a cada experiência eleitoral, saberá avaliar os candidatos e os partidos pela performance do passado e pelos projetos com os quais pretendem conduzir o futuro.


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09/16/2002


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