Dívida de Itaipu será paga até 2023, diz diretor
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, afirmou que toda a dívida da empresa estará paga em 2023. Em pronunciamento junto à Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, nesta terça-feira (18), Samek mostrou o cronograma de pagamentos de toda a dívida de Itaipu, que terá uma receita operacional este ano de US$ 2,8 bilhões.
A dívida de Itaipu, informou seu diretor, está em cerca de US$ 20 bilhões. Até 2023, entretanto, serão desembolsados US$ 32,3 bilhões para pagá-la, atendendo também a seus encargos. A usina, orçada inicialmente em US$ 12,2 bilhões, consumiu US$ 27 bilhões para ser concretizada, informou Samek. A última renegociação da dívida, em 1997, permitiu que esta entrasse em declínio constante, desde o ano passado, até ser integralmente paga, daqui a 16 anos. A usina, idealizada em 1966 e instituída em 1974, inaugurou em maio deste ano o último de seus 20 geradores.
Na audiência pública requerida pelo deputado Dr. Rosinha (PT-PR), Samek relatou que, da receita operacional da empresa, 75% estão comprometidos com pagamento de dívidas e encargos, restando 14% para royalties e 11% para fazer frente a despesas operacionais. Afirmou que, desde 2004, Itaipu está em dia com seus compromissos financeiros, não necessitando mais de financiamentos.
De 1985 a 2006, foram pagos US$ 6,46 milhões em royalties para municípios e estados brasileiros e paraguaios (US$ 3,23 milhões para cada país). O país vizinho recebeu outros US$ 1,11 bilhão em impostos sobre energia excedente cedida para o Brasil. Itaipu fornece 20% da energia consumida no Brasil e 95% da energia consumida no Paraguai. O governo brasileiro, afirmou Samek, patrocinou 100% do financiamento para sua construção, com garantia integral do Tesouro Nacional.
- Itaipu é um modelo em processos de integração na África, na América Central e mesmo na Europa - afirmou Samek, lembrando que a usina nasceu para resolver uma briga de fronteiras entre os dois países.
Em resposta à senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), sobre os investimentos de Itaipu em tecnologia, Samek informou que a empresa fez uma proposta de modernização e manutenção da maior hidrelétrica do mundo, a chinesa Três Gargantas, no valor de US$ 11,5 bilhões, com tecnologia nacional. Citou também parcerias com universidades brasileiras e paraguaias e ainda com empresas nacionais, como a Fiat, instalada em Itaipu para desenvolver um carro elétrico.
O presidente da representação, senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), afirmou que irá agendar uma visita dos parlamentares à usina, como proposto por Samek. Os senadores Efraim Morais (DEM-PB), Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Adelmir Santana (DEM-DF) também participaram da reunião, mas não se pronunciaram. Presentes também os vice-presidentes da representação, deputados George Hilton (PP-MG) e Claudio Diaz (PSDB-RS) e o deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), além do autor do requerimento para sua realização, Dr. Rosinha; e o embaixador do Paraguai, Luís Gonzáles Arias, entre outros.
18/09/2007
Agência Senado
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