Documentos entregues por Jader incluem extratos e pareceres



Entre os documentos encaminhados pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA) ao presidente interino do Senado, Edison Lobão, estão cópias de peças dos processos referentes às denúncias de irregularidades na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e na venda de títulos da dívida agrária (TDAs). Além disso, Jader mandou entregar extratos bancários de contas que ele manteve em agências no Rio de Janeiro dos bancos Itaú, entre 1984 e 1989, e Citybank, entre 1987 e 1989.

O primeiro item do calhamaço entregue por um emissário de Jader é a cópia da interpelação judicial, na qual o deputado estadual do Amazonas Mário Frota nega conversas telefônicas, publicadas pela revista IstoÉ , e que envolvem o senador em suspeitas de intermediação de financiamentos junto à Sudam em troca de propina de R$ 5 milhões.

Também foi enviada a íntegra do depoimento de Vera Arantes Campos ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), em 6 de junho de 2001. Na ocasião, ela negou ter visto ser entregue um cheque de US$ 4 milhões, referente à compra de TDAs, a Jader, então ministro da Previdência e Assistência Social, conforme publicou a IstoÉ . A informação é desmentida pelo empresário Serafim Rodrigues, também em depoimento dado a Tuma e encaminhado a Lobão pelo presidente licenciado do Senado.

BANPARÁ

O parecer do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, de 14 de maio de 2001, pelo arquivamento do processo que investigava a participação de Jader no desvio de recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará) está entre os documentos entregues a Lobão. Além disso, Jader enviou pareceres do vice-procurador-geral, Haroldo Ferraz, e do promotor do Ministério Público do Pará, José Vicente de Miranda Neto, ambos opinando pelo arquivamento.

Jader incluiu entre os documentos remetidos a Lobão, e já repassados ao Conselho de Ética do Senado, o parecer do Banco Central que, em 1992, diz não haver provas convincentes da participação de Jader no desvio de recursos do Banpará. "Daí porque, a estranheza de que estejam aparecendo fatos novos, relatórios, novos ofícios", afirma Jader.

CERTIDÕES

Faz parte do dossiê certidão emitida pela Justiça Federal de Brasília atestando que o presidente licenciado não é réu em ação sobre as irregularidades na desapropriação da Fazenda Paraíso, no Pará. A revista IstoÉ publicou a informação de que a fazenda não existe e que Jader, quando ministro da Reforma Agrária, fez a desapropriação por meio do pagamento em títulos da dívida agrária.

O senador mandou entregar ainda duas certidões da Justiça paraense, segundo as quais não é réu em ações populares relativas ao episódio do Banpará.

08/08/2001

Agência Senado


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