Dólar alto gera perda de até R$ 14,5 bi
- Dólar alto gera perda de até R$ 14,5 bi
- A perda contábil ocasionada pela elevação do dólar atingiu R$ 3,1 bilhões no último trimestre, segundo balanços financeiros divulgados por 50 empresas que atuam no País.
A expectativa é que essa quantia suba para até R$ 14,5 bilhões com a divulgação dos resultados de 250 companhias, cujas ações estão entre as mais negociadas na Bolsa.
A partir dos dados disponíveis, as despesas financeiras - ocasionadas pelo endividamento em dólar em pelos juros pagos para quitar tais débitos - das empresas foram de R$ 1,322 bilhão em março para R$ 4,438 bilhões em junho.
Para minimizar o buraco criado nos balanços, as empresas pretendem conseguir um "artifício contábil" com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), declarando somente 25% das perdas por ano.
A proposta, já utilizada em 1999 e 2001, por enquanto está descartada pela entidade, que fiscaliza as companhias brasileiras. (pág. 1 e B1)
- Os US$ 24 bilhões para o Brasil em 2003 previstos no pacote do FMI serão suficientes para cobrir mais da metade das necessidades de financiamento do País no ano que vem - assim, não deve haver problemas para fechar as contas externas.
O Brasil só poderá sacar depois do cumprimento das metas acertadas com o Fundo. O restante do dinheiro deve surgir de investimento estrangeiro no País e outros financiamentos internacionais. (pág. 1 e B3)
- O temor de que o plebiscito sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) seja usado na campanha para vincular o partido ao antiamericanismo e à aversão à integração comercial fez o PT desistir do ato.
A pesquisa tem a participação da CNBB, o que ampliou o desgaste entre o PT e alguns setores da Igreja Católica. (pág. 1 e A4)
- A série de sabatinas que a "Folha" realiza a partir de amanhã com os principais candidatos à Presidência vai ampliar o debate e permitir que se aprofundem temas específicos, na opinião de leitores selecionados para participar do ciclo. O primeiro entrevistado será Lula (PT). (pág. 1 e A19)
- Ciro Gomes (PPS) é o candidato que mais viajou e mais teve contato direto com o eleitor nas últimas três semanas.
José Serra (PSDB) teve cerca da metade das aparições públicas, com 17, quase o mesmo número de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, Anthony Garotinho (PSB) concentrou os seus atos no Rio. (pág. 1 e A7)
- O projeto Tucunduba, de irrigação do semi-árido cearense, feito no governo de Ciro Gomes (PPS) no estado (91-94), está abandonado e terá de ser refeito. O projeto deu certo apenas no primeiro ano.
Por falta de verba para investimento e de orientação técnica, as 25 famílias que seriam beneficiadas desistiram de plantar. Ciro não quis comentar o caso. (pág .1 e A5)
- A prefeita de São Paulo se apossou de áreas privadas sem autorização judicial para construir 14 empreendimentos do Projeto Cingapura.
O fato ocorreu nas gestões Paulo Maluf e Celso Pitta, que não indenizaram os proprietários. Sete desses conjuntos tiveram verba do Banco Interamericano de Desenvolvimento, ao qual a prefeitura relatou ser dona das terras.
A prática pode implicar crime de loteamento clandestino - as 7.086 famílias dos 14 conjuntos não são proprietários. Por meio de porta-vozes, Maluf e Pitta admitem "falhas eventuais", justificadas pela "urgência" do plano. (pág. 1 e C1)
- "Travessia com fundo" - Não durou 24 horas o alívio trazido pelo acordo entre o Brasil e o FMI aos mercados de câmbio e de títulos da dívida brasileira.
Para alguns, como o economista ultraconservador Allan Meltzer, ex-conselheiro de Bush, o pacote de US$ 30 bilhões não passa de um expediente para facilitar a vida de bancos norte-americanos com fortes interesses no Brasil e que teriam feito um poderoso lobby em favor da rápida ação de socorro ao governo FHC.
Para outros, como o economista democrata Paul Krugman, crítico de Bush, o pacote revela uma importante mudança na Casa Branca em direção ao pragmatismo em sua política financeira internacional. (Eliane Cantanhêde). (pág. A2)
Colunistas
PAINEL
Lula será uma das estrelas do programa de TV de Orestes Quércia e Fernando Morais no horário eleitoral. O PMDB quercista, que apóia o petista na sucessão presidencial, exibirá imagens de visita do novo aliado ao seu comitê de campanha.
Editorial
ASSÉDIO AO PSDB
Com a situação dramática de Serra, empatado com Garotinho na lanterninha das pesquisas, Lula e Ciro atacam vorazmente as cúpulas, as bases e os votos tucanos.
Ciro já praticamente conquistou a maioria do PFL que tem peso e voto, investe sobre o PMDB amedrontado e agora vai atrás abertamente dos ex-companheiros do PSDB.
Os dois homens-chave são Roberto Freire, que é do PPS, mas mantém diálogo com FHC, e Tasso Jereissati, que é do PSDB, foi presidente do partido e tem bons amigos tucanos.
O alvo prioritário é o próprio Palácio do Planalto, onde FHC já disse mais de uma vez que tanto ele quanto o próprio Serra preferem Lula a Ciro num eventual segundo turno entre os dois. Já mandou até emissário dizer isso pessoalmente a Lula.
Foi lá que Roberto Freire esteve recentemente para neutralizar essa preferência de FHC. Não pediu apoio explícito para Ciro, mas sugeriu que o Presidente agisse como magistrado caso Serra não vá ao segundo turno. (pág. A2)
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08/11/2002
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