Dornelles elogia Banco Central por combater inflação sem causar 'tranco na economia'
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) elogiou em Plenário nesta segunda-feira (4) o Banco Central (BC) por atuar no controle da inflação sem causar um "tranco na economia". Para o senador, se um desaquecimento brusco acontecesse, haveria inadimplência. Dornelles considerou prudente a ação do BC ao lidar com o aquecimento da economia e as metas de inflação. Ele destacou também o esforço fiscal do governo, que anunciou cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento - ponderando, no entanto, também que tal esforço é mitigado pelo aumento da taxa básica de juros.
- Dar agora um tranco na economia poderia levar a inadimplência acima do nível razoável, que certamente criaria dificuldades para as entidades credoras, o que tornaria ainda mais grave os efeitos de um desaquecimento exagerado - observou.
Dornelles assinalou que o BC indicou que não pretende levar o país a um nível de desaquecimento que atingiria de forma aguda o nível de renda e de emprego. Ele disse que é preciso levar em conta que nos últimos anos houve um incremento enorme do crédito, que passou de 35,2% para 46,6% do PIB entre dezembro de 2007 e o de 2010. Isso, afirmou Dornelles, levou milhões de pessoas das classes mais baixas ao mercado, expandindo a demanda e aumentando o endividamento.
Dornelles salientou o compromisso reiterado pelo BC em seu primeiro relatório de inflação, de perseguir as metas de inflação fixadas para 2011, com margem de tolerância que vai até 6,5%.
O senador observou que o relatório do BC se refere ao esforço fiscal anunciado pelo governo, às chamadas medidas macroprudenciais em relação ao crédito, para concluir que não se deve precipitar na tomada de outras medidas de natureza monetária e creditícia. Ele disse que essas medidas já estão produzindo resultados sobre a demanda e será sentido nos próximos meses.
O parlamentar, no entanto, manteve suas críticas ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, que a seu ver anula o esforço fiscal do governo.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) concordou com Dornelles em aparte. Ela comentou que o esforço pelo ajuste fiscal foi anulado pela elevação da taxa de juros. E ressaltou que não é apenas o setor público que paga a conta, mas o juro alto também asfixia o setor produtivo, com a agravante da entrada maciça de dólares dos especuladores estrangeiros em busca de uma taxa atrativa.
04/04/2011
Agência Senado
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