Dornelles elogia retaliação comercial aos EUA
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) elogiou a decisão do governo brasileiro de retaliar os Estados Unidos pelo não cumprimento de determinações da Organização Mundial do Comércio (OMC) de que eliminasse os subsídios ao algodão produzido naquele país. Medida provisória (MP 482) editada pelo Executivo sobre o assunto aguarda exame do Congresso.
- Essa decisão instaura uma dinâmica mais arrojada à turbulenta movimentação comercial entre as nações. Com a MP 482, o governo brasileiro fixa formalmente os procedimentos necessários para aplicação imediata de eventual retaliação a produtos norte-americanos - afirmou.
O senador ressaltou que a chamada retaliação cruzada - praticada em outros produtos que não o que gerou contenda - é inédita e, por esse motivo, a OMCrecomenda toda cautela no processo de retaliação.
- Quando sinaliza para os Estados Unidos sua real disposição de aplicar sanções retaliatórias no comércio internacional, o governo do presidente Luíz Inácio Lula da Silva joga com grande maturidade política. Afinal, tratam-se de medidas que combatem, antes de tudo, práticas nocivas e condenadas não somente pela Organização Mundial de Comércio mas também por toda a comunidade internacional - afirmou.
O senador destacou ainda que o contencioso questionou junto à OMCo subsídio aos produtores de algodão pago pelo governo dos EUA e que a própria OMC fixou em US$ 830 milhões o valor da retaliação. Dornelles acredita que, até o início de abril, o governo "deverá bater o martelo sobre os pormenores que vão nortear o processo de retaliação contra aquele país".
Dornelles informou também que a Câmara de Comércio Americano se antecipou aos efeitos danosos da retaliação e já propôs que os EUA facilitem a entrada de produtos brasileiros no mercado americano.
- Não por acaso, os dirigentes daquela entidade tentarão sensibilizar as autoridades dos Estados Unidos para que esse país demonstre boa vontade mediante compensações concretas como a redução de tarifas aos produtos brasileiros e o aumento de cotas de produtos que possam entrar sem tarifa - disse.
02/03/2010
Agência Senado
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