Dornelles exalta avanços da Vale do Rio Doce com privatização




Em pronunciamento nesta segunda-feira (8), o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) saudou a atual diretoria da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e disse que a privatização da empresa, ocorrida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, gerou importantes divisas para o país. Nos últimos dez anos, afirmou, a Vale passou por uma "transformação gigantesca", passou de oitava maior mineradora do mundo para segunda maior, tanto na produção de minérios diversos quanto na produção de minério de ferro.

Dornelles ressaltou que o valor da Vale em bolsa passou de R$ 16,7 bilhões, no fim de 2000, para R$ 285 bilhões nesta semana, um aumento de 1.607%, conforme frisou, o que a coloca como a 19ª maior empresa do mundo, de acordo com o ranking do jornal Financial Times.

Dornelles disse ainda que a Vale se diversificou e hoje, além do minério de ferro, investe também em níquel, carvão, fertilizantes e cobre, estando presente em 38 países e levando o nome do Brasil a lugares tão distantes quanto a Guiana e a Zâmbia, na África; Omã, no Oriente Médio; e a Nova Caledônia, na Oceania.

De acordo com a consultoria Boston Consulting Group, disse Dornelles, a Vale é uma das empresas que mais geraram valor para seus acionistas até 2008. Somando a valorização na bolsa com o pagamento de dividendos, quem aplicou R$ 10 mil em ações da Vale, em 2000, hoje tem R$ 218,4 mil. Somente para 2010, a empresa anunciou o pagamento de cerca de US$ 3 bilhões de dividendos e juros sobre o capital próprio, comparados a US$ 256 milhões em 2000.

Dornelles disse ainda que em apenas uma década a Vale multiplicou suas cifras de forma "geométrica". Em receita líquida, a empresa passou de R$ 9 bilhões, em 2000, para R$ 48 bilhões, em 2009, sendo que chegou a faturar R$ 70 bilhões em 2008, antes da crise mundial. Em termos de lucro, a Vale saltou de R$ 2 bilhões, em 2000, para R$ 21 bilhões, em 2008, "recorde até hoje, um crescimento de 914%".

Nesse período, disse Dornelles, a Vale também conseguiu negociar vários aumentos para o preço do minério de ferro no Brasil, que custava US$ 20 a tonelada, e hoje passa de US$ 140. Antes de ser privatizada, a Vale empregava pouco mais 11 mil pessoas. Hoje, são 113 mil postos de trabalho. Enquanto o preço do minério de ferro se multiplicou por três, o valor da empresa se multiplicou por 30 nos últimos anos, segundo o senador.

- A empresa é realmente orgulho do Brasil e também uma demonstração de que privatizar não significa alienação do Estado. O Estado é sócio oculto e privilegiado de todas as empresas que operam no Brasil. Porque participa dos lucros sem participar dos prejuízos; porque do seu lucro uma parte vai para o Estado por meio do Imposto de Renda, sem o desgaste gerencial, sem os riscos que decorrem da atividade empresarial - afirmou.

Antes de iniciar seu discurso sobre a Vale, Dornelles disse que "nunca defenderia a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras, embora entenda que a introdução do modelo de partilha [do pré-sal] em substituição ao regime de concessão foi um equívoco muito grande de política energética cometido no Brasil".



08/11/2010

Agência Senado


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