Dutra: crise não se resolverá com mais leis,mas com ação policial de qualidade
Para o líder do PT no Senado, José Eduardo Dutra (SE), a escalada da violência no Brasil não se resolverá com mais leis, mas sim com ações policiais de qualidade. Para ele, cabe ao Executivo ter uma postura mais ofensiva e atuante em relação ao crime organizado e ao policiamento das ruas, "levando adiante uma investigação eficiente dos bárbaros episódios de violência que estão acontecendo no país inteiro".
Ao sair da reunião das lideranças partidárias no Congresso, realizada nesta terça-feira (29), Dutra reconheceu que a decisão de simplesmente criar uma comissão mista, para trabalhar por 60 dias a partir do dia 15 de fevereiro, pode ter passado uma impressão de anticlimax.
- No entanto, criar a expectativa de que o Congresso teria condições de resolver o problema da segurança pública seria enganar a opinião pública - argumentou.
Dutra disse esperar que a comissão mista, que irá examinar as propostas em tramitação nas duas Casas sobre segurança pública e sistematizar os assuntos mais importantes em cinco ou seis projetos possa, pelo menos, cumprir o prazo e apresentar resultados, por volta do dia 15 de abril. Para ele, fazer uma triagem do "calhamaço" de projetos sobre o assunto e eleger prioridades já será uma contribuição importante.
O senador ressaltou que a segurança pública é responsabilidade do Executivo. No combate ao crime, disse Dutra, o Legislativo e o Judiciário podem dar sua colaboração, cada um dentro de suas atribuições, "mas a função de combater e elucidar os crimes será sempre das polícias federal, civil e militar".
O líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), declarou-se decepcionado com a decisão de instalar a comissão mista somente no dia 15 de fevereiro. Para ele, a Comissão Representativa do Congresso reúne poderes para pedir às lideranças partidárias a imediata designação dos 38 membros da comissão, que começariam o trabalho logo em seguida.
Para Walter Pinheiro, o governo Fernando Henrique Cardoso é o responsável direto pela explosão da violência no país.
- Ao decidir pelo enxugamento da máquina do Estado, abriu um vácuo de poder, e o crime organizado ocupou esse espaço. O assassinato de prefeitos se liga a interesses contrariados desse novo poder - concluiu.
Participaram da reunião, os presidentes do Senado, Ramez Tebet e da Câmara, Aécio Neves, os líderes de bancada no Senado Geraldo Melo (PSDB-RN) e José Eduardo Dutra (PT-SE), os líderes na Câmara Arnaldo Madeira (governo), Inocêncio de Oliveira (PFL) e Walter Pinheiro (PT), além dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), Carlos Wilson (PTB-PE), Romeu Tuma (PFL-SP) e Edison Lobão (PFL-MA).
29/01/2002
Agência Senado
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