Dutra diz que CPI é como Fred Kruger: vai continuar aterrorizando o governo



"Essa CPI é igual ao Fred Kruger (personagem do filme de terror A Hora do Pesadelo que sempre retorna para atormentar as pessoas), ela vai e volta com a certeza que vai continuar aterrorizando o governo, porque o governo tem muito medo de CPI, o que demonstra que ele deve muito", disse o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) antes do início da sessão do Congresso, comentando a possibilidade de o governo ter conseguido a adesão do número suficiente de deputados para inviabilizar a instalação da CPI da Corrupção.

José Eduardo Dutra explicou que se o pedido de instalação da CPI for arquivado, os parlamentares que querem investigar as denúncias de corrupção na administração federal podem apresentar outro requerimento retirando ou incluindo itens.

- Vamos estabelecer um processo de discussão com a bancada para definir o que fazer, porque entendemos que a CPI é necessária para passar esse país a limpo e a sociedade quer que o Congresso apure todas estas falcatruas - afirmou.

Já o senador Carlos Wilson (PPS-PE) disse que se o governo conseguir impedir a instalação da CPI "o país inteiro vai tomar conhecimento que quem chefiou esse "acordão" foi o presidente da República Fernando Henrique Cardoso". Ele acrescentou que encarou com tristeza o clima de euforia dos líderes do governo na sessão do Congresso desta quinta-feira (dia 10), demonstrando que tinham conseguido o número suficiente de deputados para inviabilizar a CPI. "Fernando Henrique é o avalista da podridão do país", opinou.

Por outro lado, o senador Romero Jucá (PSDB-RR), líder do governo no Senado, justificou sua posição contrária à CPI por ela se constituir "mais em uma ação eleitoral e politiqueira da oposição com vistas às eleições do próximo ano do que um desejo de investigar". Ele acrescentou que o governo já vem investigando e assumindo uma posição em todas as questões que estão listadas no requerimento de instalação da comissão parlamentar mista de inquérito. "Esta CPI seria um desserviço ao país", encerrou.

10/05/2001

Agência Senado


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