Dutra quer reabertura de processo sobre violação do painel



O líder do Bloco Oposição, José Eduardo Dutra (PT-SE), solicitou ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado a reabertura das investigações sobre a violação do painel de votações. Dutra, apontado pela revista IstoÉ como suposto cúmplice da violação, quer que o Conselho envie requerimento à Mesa do Senado pedindo o desarquivamento do processo. Além disso, o senador enviará nos próximos dias requerimento ao Ministério Público solicitando a apuração de responsabilidades criminais no episódio.

- Não vou deixar que esta situação fique em aberto. Quero que o conselho se reúna até o dia 30 de junho - disse o senador, prometendo obstruir as votações no Congresso, inclusive da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o que impediria o início do recesso parlamentar de julho até que o Conselho de Ética se pronuncie sobre o assunto.

No requerimento ao conselho, Dutra relata sua participação no processo que culminou com a renúncia dos ex-senadores José Roberto Arruda e Antonio Carlos Magalhães. Ele lembra também o depoimento dado durante as investigações, no qual afirmou não ter visto nenhuma lista de votações com os votos dos senadores na sessão de cassação de Luiz Estevão. "Nenhum ponto das declarações mereceu reparos ou foi contraditado por quem quer que seja", argumenta o senador petista no requerimento.

- Não tiveram coragem de fazer a acusação durante o devido processo e usam da clandestinidade para lançar suspeitas sobre mim - afirmou o líder da Oposição, salientando que se o processo, por razões regimentais, não puder ser reaberto, solicitará a instalação de um novo processo no Conselho de Ética, tendo como ponto de partida a reportagem publicada pela revista IstoÉ .O líder da Oposição disse que as denúncias que o vinculam à violação do painel são motivadas por uma tentativa da base política do governo de envolver o PT na "vala comum" da corrupção. "As denúncias não têm consistência e atendem aos interesses da base do governo que, depois de perder Antonio Carlos Magalhães e seu líder no Senado e assistir ao envolvimento do presidente do Congresso, faz acusações covardes, já que ninguém tem coragem de aparecer", disse.

Dutra tratou do assunto nesta segunda-feira (dia 11), em entrevista coletiva, com as presenças do senador Tião Viana (PT-AC) e dos deputados José Dirceu, presidente Nacional do PT, e Walter Pinheiro, líder do partido na Câmara. José Eduardo Dutra negou que haja qualquer acordo "para poupar de investigações o presidente do Senado, Jader Barbalho". O PT se dispõe a assinar qualquer requerimento, conforme Dutra, para apurar denúncias envolvendo Jader. Por enquanto o partido continuará se dedicando a conseguir a assinatura que falta para a instalação da CPI da Corrupção, que tem entre as suas motivações a apuração de denúncias que envolveriam o presidente do Senado. "Já temos uma CPI que pode chegar a Jader", argumentou.

11/06/2001

Agência Senado


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