Dutra registra jantar de senadores com Lula
Em discurso proferido da tribuna nesta quarta-feira (dia 29), o parlamentar afirmou que a reunião visou também estabelecer um modus vivendi (acordo de convivência) a ser seguido, mesmo que a união dos oposicionistas não seja alcançada no primeiro turno. Lembrou haver dificuldades políticas para se alcançar esta unidade, como antagonismos vindo de eleições anteriores, mágoas pessoais e problemas regionais.
- Mas é preciso estabelecer quem é o principal adversário no primeiro turno - afirmou Dutra, acrescentando que todos os presentes ao jantar concordaram que o cenário mais provável é que o segundo turno una um candidato governista contra o candidato das oposições. De acordo com o parlamentar, ninguém subestima a capacidade do candidato da situação, por pior que esteja a popularidade do governo.
Além dos integrantes do PT, PPS, PDT e PSB, participaram da reunião dois senadores do PMDB, Roberto Requião (PR) e José Alencar (MG). Segundo Dutra, Lula deixou claro que participava do encontro como uma liderança de seu partido e não como pré-candidato à Presidência da República.
Para o parlamentar, as divergências programáticas entre os diversos partidos de oposição são "imensamente menores" que suas convergências. Lembrou que a união é importante não apenas para vencer as eleições, mas para que haja a governabilidade. Segundo Dutra, os partidos de esquerda e centro-esquerda brasileiros nunca estiveram tão perto de exercer o governo.
- Uma maior ou menor radicalidade do programa de governo vai estar relacionada às condições de governabilidade, ou às condições objetivas de que ele venha a ser efetivamente implementado - afirmou o senador por Sergipe.
Dutra lembrou ainda que os partidos de oposição estão juntos em coligações que administram vários estados e municípios, e que não podem ser ameaçadas por discordâncias políticas da campanha presidencial.
Em aparte, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP) afirmou que a iniciativa do jantar, que atribuiu ao senador Paulo Hartung (PPS-ES), foi fundamental para a construção de um consenso. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), pré-candidato à Presidência, destacou a importância do método para a escolha do candidato das oposições.
29/08/2001
Agência Senado
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