ECONOMISTA SUGERE NA TV DISCUSSÃO POLÍTICA PARA A CRISE
O Fundo Monetário Internacional impõe regras tão inaceitáveis ao Brasil quanto as que o Banco Central impôs ao estados. Essa é a opinião do economista Dércio Munhoz, entrevistado do programa Agenda Econômica que vai ao ar nesta quarta-feira na TV Senado. Segundo ele, a política contraditória ditada pelo FMI levou vários países da Ásia a uma situação caótica. O economista defendeu uma inversão da forma como as questões estão sendo encaminhadas hoje no Brasil, com o FMI impondo diretrizes ao governo e este, por sua vez, pressionando o Congresso Nacional. Na opinião do professor, as soluções para os problemas econômicos do país devem ser discutidas politicamente, dentro do Legislativo. Dércio Munhoz defendeu a redução dos juros pagos aos investidores externos para 8% ao ano, mas livres de impostos, o que, segundo o professor, já representaria uma vantagem em relação a outros mercados. Para Munhoz, a oferta de juros muitos altos não inspira a confiança dos investidores e gera o temor de um calote, além de elevar sobremaneira a dívida do país.O economista também criticou o ajuste fiscal feito por meio de aumento de impostos e cortes de investimentos. Para ele, isso gera recessão e aumenta o desemprego. Ele defendeu a discussão de propostas alternativas, visando um horizonte de crescimento econômico.Quanto ao endividamento dos estados, o economista sugeriu o exame político da questão pelo presidente da República. Ele reconheceu que a folha de pagamento dos estados é onerosa, mas disse que, como essa situação persiste há 50 anos, não deve ser resolvida, de repente, através de demissão maciça. Dércio Munhoz disse que os estados estão utilizando receitas fiscais para pagar os juros de suas dívidas, em prejuízo da população.O programa Agenda Econômica, que vai ao ar às 5h, 13h30, e 21h15, teve a participação dos jornalistas Helival Rios, da TV Senado e Ribamar Oliveira, do jornal O Estado de São Paulo.
19/01/1999
Agência Senado
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