EDISON LOBÃO CONDENA VANDALISMO DO MST
O senador Edison Lobão (PFL-MA) condenou nesta sexta-feira (dia 27), o fato de integrantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) terem destruído a fazenda Rio Verde, em Itararé (SP), em 18 de outubro passado, conforme noticia publicada no jornal Folha de S. Paulo. Para que episódios como esses não se transformem em "comoção nacional," o que, segundo ele, poderia ter ocorrido em Itararé caso as vítimas tivessem reagido, o senador cobrou das autoridades punição para os infratores. - Eu realmente temo que os desvarios desses vândalos provocadores - que se acobertam no MST e assim comprometem a seriedade dos que reivindicam terras para torná-las produtivas - já se vão integrando na nossa rotina do dia a dia e, como tais, transformando-se em acontecimentos banais - disse o senador. Revelando estranheza diante da omissão da polícia e do Judiciário, "que nada fizeram para punir os responsáveis," ele disse já não saber "o que esperam nossas autoridades para diligenciar providências enérgicas que impeçam os abusos dos que exorbitam suas atividades no MST".O problema se torna mais grave, entende o senador, na medida em que o Governo de Fernando Henrique encara com seriedade a questão agrária, tendo distribuído mais terras que todos os governos brasileiros anteriores somados. "Hoje - afirmou - já passam de 350 mil o número de famílias assentadas pela atual Administração".Os senadores Marina Silva (PT-AC) e Roberto Requião (PMDB-PR) solidarizaram-se com o orador em seu protesto contra a invasão e os atos de vandalismo cometidos na fazenda Rio Verde. No entanto, para ambos a violência registrada naquela fazenda em São Paulo nada têm a ver com os métodos adotados pelo MST. "Posso assegurar que a minha indignação e a de Vossa Excelência são iguais a de Pedro Stedilie, de quem sou amigo e é um dos principais dirigentes do MST" - assegurou Requião.Ele também questionou a eficácia do número de assentamentos referido por Lobão. Baseando-se em informações obtidas dentro do ministério da Agricultura, Requião disse que só nos primeiros três anos do atual governo foram desativadas 500 mil unidades produtivas, o que provocou desemprego e transtornos para aproximadamente 5 milhões de pessoas.Já a senadora Marina Silva considerou que o crescimento do MST pode ter levado o movimento a perder o controle de algumas ações, como a destruição da sede da fazenda Rio Verde. Ela também contestou os resultados da atual política agrária. "No Acre, 30% dos projetos de colonização já foram redirecionados para as mãos de grandes proprietários". De acordo com Marina, o projeto do governo "é falho porque falta assistência técnica e, principalmente, uma política de preços". Além disso, para a senadora, o que tem levado o governo a tomar alguma atitude na área da reforma agrária é a pressão que vem sendo exercida pelo MST.No entanto, para Edison Lobão a questão da distribuição e do uso da terra no Brasil poderá experimentar um avanço através da implantação pelo INCRA de uma política de cadastramento e seleção de famílias beneficiárias da reforma agrária, como vem sendo feito.- Ou seja: separar os trabalhadores rurais verdadeiramente interessados em ganhar terra para trabalhar, daqueles que desejam fazer da reforma agrária apenas uma fonte de arregimentação política baseada em ideologias espúrias e na violência - disse o senador.
27/11/1998
Agência Senado
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