Edison Lobão defende restrições legais à venda e à propaganda de bebidas alcoólicas
Os prejuízos sociais causados pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente entre os jovens brasileiros, são motivo de preocupação para o senador Edison Lobão (PFL-MA).
- Não nos iludamos na hora de elaborarmos leis e normas jurídicas: o álcool é uma substância que causa dependência, razão pela qual é incluído em todas as relações de drogas - advertiu.
Lobão observou que, há dez anos, o Poder Legislativo tenta disciplinar a propaganda de bebidas alcoólicas. Por enxergar -incoerências e contradições- em muitos dos projetos sobre o tema que tramitam no Congresso, o senador sugere a instalação de uma comissão especial para analisá-los e unificá-los. Seu receio é a edição de leis que -não pegam-, como a que impede, em Brasília, a venda de álcool após as 22 horas em postos de gasolina, mas não estende a proibição aos supermercados 24 horas.
Segundo dados revelados pelo parlamentar, estima-se que 30% das bebidas alcoólicas vendidas no Brasil sejam consumidas por crianças e adolescentes. Ainda mais assustador, na sua opinião, é a hipótese de 95% dos consumidores entrarem na dependência antes dos 18 anos.
- De pouco adiantará colocarmos as nossas crianças nas escolas, dar-lhes boa educação, se elas, em casa, verão muitos de seus ídolos fazendo propaganda de bebidas alcoólicas - considerou.
De acordo com o Ministério da Saúde, os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tratamento de dependentes de álcool chega a R$ 180 milhões por ano. -Pelo menos 20% de todas as internações psiquiátricas feitas pelo SUS decorrem de transtornos mentais provocados pela bebida alcoólica-, assinalou o senador. Lobão destacou ainda que o alcoolismo está por trás de muitos episódios de violência doméstica, acidentes de trânsito, faltas ao trabalho.
18/06/2004
Agência Senado
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