Eduardo quer mais recursos para pesquisas na Amazônia



O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) denunciou que apenas 0,59% dos recursos destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico que constituirão um fundo a ser administrado pelo Centro de Gestão Técnica e Acompanhamento do Governo Federal serão dirigidos à Região Norte. Citando reportagem publicada na Folha Ciência, em 20 de setembro último, o senador registrou que, dos investimentos anuais no setor de cerca de R$ 1 bilhão, 73,98% vão para a região Sudeste, 14,05% para a Sul, 8,68% para a Nordeste e 2,70% para a Centro-Oeste.

- Tenho dito e repetido que a ocupação produtiva e sustentável da Amazônia, pressuposto para a manutenção da soberania nacional e para um projeto autônomo e sustentável de desenvolvimento nacional, se iniciaria através de investimentos maciços para conhecimento da Amazônia - pesquisa de suas potencialidades, do uso dessas potencialidades e, portanto, de tecnologias apropriadas. Os números apresentados mostram a absoluta ausência dessa consciência, mesmo na área da inteligência brasileira, que por pressuposto deveria ter agudo conhecimento dessa realidade - afirmou.

Segundo o senador, privilegiar as regiões Sudeste e Sul significa agravar as diferenças regionais e a "equívoca estratégia de desconhecer as potencialidades nacionais em favor de atrelar-se ao processo da competição globalizada, que só beneficia os donos do processo".

- Na verdade, nessa perspectiva equivocada, praticamos apenas a estratégia de buscar a competição com o Primeiro Mundo, igualar-nos a ele, mesmo renunciando às armas ou instrumentos de desenvolvimento de que dispomos, para nos alinharmos e competirmos com as armas que eles possuem e que pouco têm a ver com as nossas realidades específicas e com as nossas potencialidades, o que nos torna tremendamente vulneráveis - disse.

Essas potencialidades, afirmou Eduardo Siqueira Campos, são constituídas da maior reserva ambiental do planeta, da maior área produtiva sustentável, de quase 20% dos recursos hídricos do mundo e de mais de 30% de biodiversidade.

O senador registrou ainda a realização de um simpósio sobre "Propriedade intelectual e direito sobre a biodiversidade e os conhecimentos tradicionais", realizado em Manaus numa promoção do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) em colaboração com a União Européia. Eduardo defendeu a necessidade de o Brasil dar um grande passo para proteger a biodiversidade e os conhecimentos tradicionais e ter controle sobre seu uso.

23/10/2001

Agência Senado


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