Eduardo Suplicy defende criação de fundo de pesquisa de doenças raras e negligenciadas



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou, nesta quinta-feira (5), a apresentação de um projeto de lei prevendo a criação do Fundo Nacional de Pesquisas para Doenças Raras e Negligenciadas.

Segundo Suplicy, o fundo poderá contar com recursos anuais de R$ 50 milhões, o que resultará em importantes avanços para ampliar o financiamento e o escopo das ações de pesquisa no setor.

O parlamentar contou que, apesar dos recentes avanços tecnológicos, as doenças infecciosas afetam desproporcionalmente a população mais pobre e marginalizada. Suplicy ressaltou que menos de 10% dos gastos mundiais em saúde são dedicados a doenças e condições mórbidas. Essa situação caracteriza uma falha de mercado, uma vez que o setor privado investe em remédios para o mundo rico e desenvolvido, onde eles são mais lucrativos e rentáveis.

Dessa forma, proliferam doenças negligenciadas virtualmente e ignoradas em termos de desenvolvimento de medicamentos, como dengue, doença de Chagas, leishmaniose, malária e tuberculose, entre outras. Todas elas, afirmou o senador, são associadas à situação de pobreza e precariedade nas condições de vida, desnecessárias e evitáveis. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que mais de um bilhão de pessoas sejam portadoras de uma ou mais dessas enfermidades, informou.

Saúde, ciência e tecnologia são requisitos para o desenvolvimento econômico e social, e não apenas sua conseqüência, afirmou Suplicy, lembrando que essas doenças são negligenciadas por não causarem surtos dramáticos, pois se desenvolvem ao longo do tempo e promovem mortes relativamente lentas.

O Brasil, explicou o senador, é uma “exceção à regra”, já sendo considerado um líder mundial em pesquisa de doenças negligenciadas. Ações nesse sentido foram lançadas pelo Ministério da Saúde em 2003, com o primeiro edital temático de tuberculose, registrou.

Eduardo Suplicy acrescentou que o governo já vem financiando projetos que totalizam R$ 39 milhões em pesquisas de doenças raras, termo que designa mais de cinco mil enfermidades degenerativas de baixa prevalência na população, mas que exigem tratamento contínuo.



05/07/2012

Agência Senado


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