Educação de qualidade deve ser garantida a todos os brasileiros, diz João Faustino




Em pronunciamento nesta quinta-feira (7), o senador João Faustino (PSDB-RN) defendeu a formulação de uma ampla política educacional como forma de garantir ensino de qualidade a todos os brasileiros. O senador considera que o atraso educacional é o principal indício da fragilidade do Brasil diante de um mundo cada vez mais informatizado, complexo e instruído.

- Sem educação qualificada e inclusiva, não vamos alcançar a igualdade social que tanto desejamos - afirmou.

Embora o Brasil tenha registrado avanços no campo educacional nas duas últimas décadas, João Faustino ressaltou que o país ainda está "muito longe" de assegurar educação de qualidade à população de forma definitiva, citando dados da última Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicilio (PNAD) divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se nos últimos dez anos quase dobrou o número de trabalhadores de idade entre 18 e 24 anos que concluiu o ensino médio, disse o senador, 33% dessa faixa etária abandonou o curso sem alcançar a graduação mínima exigida, gerando uma taxa de evasão de 10%, muito superior à registrada no Paraguai (2,3%), Chile (perto de 3%) e Uruguai (7%).

A pesquisa indica ainda que o acesso à escola não garante a educação mínima, uma vez que, de cada cinco brasileiros, quatro ainda são analfabetos funcionais, incapazes de entender o que lêem e de realizar equações aritméticas elementares. Além da precariedade do sistema educacional, João Faustino registrou que os professores convivem com o subemprego, instalações de ensino inadequada e inexistência de material didático eficiente.

- A escola pública brasileira é de faz-de-conta, com raríssimas exceções - afirmou.

João Faustino enfatizou que a escolaridade média da população brasileira com idade até 25 anos ainda é de 5,8 anos, contra 12 anos na Coréia do Sul e 13,5 anos em Taiwan e nos Estados Unidos. O senador avalia que o Brasil poderá perder a oportunidade de competir com outros países emergentes, caso as mazelas educacionais, que também contribuem para o reforço da desigualdade social, não forem solucionadas em tempo hábil.

João Faustino lembrou que as escolas técnicas federais da década de 90 se transformaram nos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) por força de lei de sua autoria.

- Precisamos multiplicar institutos educacionais de excelência. Sem concentrarmos os nossos melhores esforços em educação, o Brasil que sonhamos inventar jamais se concretizará. Tudo depende da educação - afirmou.

João Faustino ressaltou que a evolução havida na educação nos últimos vinte anos, que hoje permitem o acesso à escola de aproximadamente 98% das crianças brasileiras, remontam às idéias da antropóloga e ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que criou e presidiu o programa Comunidade Solidária.



07/10/2010

Agência Senado


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