Educação: USP qualifica professores para projeto educacional
Curso de formação de educador comunitário é dado por professores da Faculdade de Educação (FE) da USP e da USP Leste
A escola precisa romper as paredes e utilizar o bairro como espaço de educação. Essa afirmação resume a idéia de cidade educadora, que está difundida no mundo inteiro, inclusive em vários municípios brasileiros. Em São Paulo, a atual gestão da prefeitura lançou o projeto “São Paulo é uma Escola”, com a idéia de transformar espaços e equipamentos públicos em espaços de aprendizagem. Para coordenar o projeto dentro de cada escola, foi criada a função de educador comunitário. A USP entra na parceria como formadora desses profissionais.
“Nós começamos ano passado com o primeiro projeto, na Zona Leste, onde trabalhamos com 360 professores. Como o resultado muito positivo, estendemos o projeto para todo o município, em 2006”, conta o coordenador do programa, Ulisses Araújo. Este ano, segundo Araújo, 1.200 professores da rede municipal estão fazendo o curso.
O curso de formação de educador comunitário é dado por oito professores da Faculdade de Educação (FE) da USP e da USP Leste, além de envolver aproximadamente 30 mestrandos e doutorandos. Os dois principais objetivos do curso são ajudar a formar o olhar do educador para o entorno da escola e inserir esse conhecimento que está no cotidiano no currículo, de forma transversal e interdisciplinar. Ulisses conta que é nesse segundo objetivo que está o diferencial do projeto para outras iniciativas, como o Escola Aberta (projeto do governo do estado que abre as escolas nos fins de semana).
“A nossa formação é para que o profissional seja um gestor da relação da escola com o bairro”, explica o coordenador. Isso seria feito através da criação de um Fórum Escolar de Educação Comunitária, onde o educador se reuniria com professores da escola e membros da comunidade para propor projetos de articulação.
A formação do profissional
O curso é gratuito e feito para professores cujos projetos para serem educadores comunitários foram aprovados pelos conselhos das escolas. Ele é dividido em três módulos de 40 horas, que consistem em uma aula teórica aos sábados e oficinas práticas sobre o conteúdo da aula teórica às segundas-feiras. Ao final de cada módulo são feitos seminários, onde reúnem-se os 1.200 professores.
“Nós abordamos alguns focos principais, como a formação mais conceitual, que trata, por exemplo, da transversalidade, interdisciplinaridade, geografia da cidade e tem a parte mais prática, que é um trabalho de treinar o olhar do sujeito para o entorno da escola, com conteúdos específicos que mostram como você pode identificar situações, por exemplo, de vulnerabilidade”, conta Araújo. Segundo ele, esses conteúdos específicos trabalham com situações envolvendo ética e cidadania. Outros conteúdos apresentados no curso envolvem manifestações artísticas, corporais e lúdicas, tudo relacionando o entorno da escola.
“No curso, explicamos como organizar o gerenciamento da relação entre escola e entorno e como transformar isso em projetos pedagógicos dentro da sala de aula”, conta Ulisses. O benefício desse tipo de formação para a sociedade é a transformação da educação, para que ela atenda os objetivos principais de construção da cidadania.
Além disso, o curso também tem como objetivo o resgate da cidade, ou seja, conhecê-la e ter um olhar diferenciado para a sua história. Nesse sentido, no terceiro módulo do curso, a a ente e também coordenadora do projeto, Sonia Castelar, leva os 1.200 professores que assistem ao curso para o Pátio do Colégio, o marco zero de São Paulo.
No final de cada módulo, os professores respondem uma avaliação. Araújo diz que o curso é muito bem avaliado e em função disso eles abriram a segunda turma neste ano. “Com as sugestões, tivemos um aprimoramento nas estratégias e na form
05/29/2006
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