Efraim classifica de "autoritário" discurso de Lula na CNI
O teor do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos empresários da Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi considerado pelo líder da minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), como uma manifestação de -autoritarismo-. As afirmações do presidente de que apenas Deus pode barrar as reformas tributária e da Previdência -agridem o sentimento democrático do povo brasileiro e ferem a Constituição federal, que afirma a independência e a harmonia entre os poderes da República-, ressaltou o senador.
Efraim comparou a frase que teria sido proferida pelo presidente, de que -não tem cara feia, não tem Congresso ou Poder Judiciário- que impeça as reformas, à atitude de alguns dos mais famosos ditadores da História, como Hitler, Stalin ou Mussolini. -Nos regimes que comandaram, só mesmo Deus poderia valer aos seus indigitados súditos-, disse.
O senador registrou que tomou conhecimento pelo noticiário em tempo real, pela internet, de que o presidente Lula, ao definir a pauta de convocação extraordinária do Congresso Nacional na reunião com os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, havia recuado das suas -declarações ofensivas- aos poderes Legislativo e Judiciário.
- O presidente diz agora que foi mal interpretado. Não foi. Suas palavras, pela clareza e contundência de que se revestem, dispensam interpretações. São auto-explicativas - salientou. Acrescentou que Lula cometeu um ato falho que reflete -uma espécie de confissão indesejada, mas reveladora do que vai no íntimo de quem o pratica-.
O líder da minoria lembrou que não é a primeira vez que o presidente da República se desdiz, alegando ter sido mal interpretado. Citou o que aconteceu na missa comemorativa do Dia do Trabalho em São Bernardo do Campo (SP), há quase dois meses, em que Lula disse que o dólar não podia cair para não prejudicar as exportações e com isso acabou provocando -alvoroço e inquietação, quase uma pane no mercado financeiro-. Efraim completou: -um presidente não pode falar impensadamente-.
25/06/2003
Agência Senado
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