Efraim critica empréstimos a juros baixos do BNDES a países estrangeiros
O líder da minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), considerou absurdos os financiamentos externos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a juros inferiores aos cobrados pelo Banco Mundial para obras de infra-estrutura, enquanto o Brasil está parado, com estradas em estado crítico.
- O governo pensa que, dessa forma, pode induzir os países devedores a acompanhar nossos votos nos fóruns internacionais, o que é uma demonstração de enorme ingenuidade, porque os Estados Unidos podem anular essa pretensa liderança no momento em que bem entenderem - disse Efraim.
O BNDES emprestou US$ 150 milhões à Venezuela e US$ 242 milhões ao Equador para a construção de hidrelétricas, obras que vão gerar empregos e desenvolvimento nesses países, embora executadas por empresas brasileiras. O líder da minoria lembrou ainda que o chanceler Celso Amorim, em nome do governo brasileiro, perdoou dívida de US$ milhões da Bolívia - país de quem compramos petróleo em dólar. O perdão da dívida foi concedido sem qualquer consulta ao Congresso Nacional, lembrou Efraim.
O senador ressaltou ainda que a Venezuela e o Equador são países com grande risco potencial, já que a primeira vive às voltas com a ameaça de derrubada do presidente, Hugo Chavez, enquanto o Equador está em moratória de sua dívida externa. Os empréstimos devem ser pagos em 10 anos, a juros de 2% ao ano. Efraim acrescentou que o Brasil pode ainda emprestar dinheiro a países africanos e financiar a construção de uma rodovia entre a Argentina e a Bolívia, em um total de US$ 1 bilhão.
Efraim Morais criticou também as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a reforma da Previdência -é a reforma que o Congresso quer-. Ele disse que a proposta de emenda à Constituição n° 67 é -uma medida provisória, uma imposição à base de rolo compressor-. E lançou um desafio: -Se a Câmara dos Deputados aprovar a PEC nº 77, a chamada PEC paralela, eu virei a esta tribuna elogiar o governo, porque essa sim seria a reforma do Congresso-.
O líder da minoria lembrou ainda a passagem do Dia de Nossa Senhora da Conceição e homenageou a senadora Heloísa Helena (PT-AL), devota da santa. Em aparte, a senadora agradeceu a lembrança e lamentou que, devido ao trabalho parlamentar, não tenha podido acompanhar a tradicional procissão de Nossa Senhora da Conceição em Alagoas.
08/12/2003
Agência Senado
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