Efraim diz que CPI investigará participação de Thomaz Bastos na quebra do sigilo do caseiro



O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB) afirmou, nesta segunda-feira (3), que a comissão deverá investigar, no momento oportuno, a participação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e de seus assessores no episódio da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que resultou na queda do ministro da Fazenda Antonio Palocci.

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Efraim disse não acreditar que os dois subordinados de Márcio Thomaz Bastos, o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, e o chefe-de-gabinete, Cláudio Alencar, que foram à casa de Palocci na noite do dia 16 de março, teriam condições de investigar o caseiro sem autorização do ministro. O parlamentar indagou a quem os brasileiros irão recorrer agora, se "ao bispo", quando se constata que o próprio ministro da Justiça pode estar envolvido em um "grave crime de Estado".

- A reação do presidente Lula tem sido patética. Inicialmente defende o auxiliar acusado, dizendo que o manterá no cargo; diante da evidência de culpa, ele o demite e diz que nada sabia. Em alguns momentos, diz que foi traído, mas não aponta o nome dos traidores - protestou o senador.

Efraim citou ainda denúncia da Revista Veja, em sua última edição, de que os funcionários da Caixa Econômica Federal teriam recebido - mas não teriam aceitado - uma oferta de R$ 1 milhão para assumir a responsabilidade sobre a quebra de sigilo do caseiro.

- A cidadania brasileira está assustada. Se a credibilidade do sistema financeiro está na garantia da privacidade do sigilo, como ficam os cidadãos comuns vendo seus direitos básicos ameaçados? - indagou.

Okamotto

Efraim Morais comunicou ainda ao Plenário que o ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia negado mandado de segurança impetrado por Paulo Okamotto, presidente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para não comparecer à CPI dos Bingos. Com essa decisão, Efraim disse que estava confirmada a acareação de Okamotto com o economista Paulo de Tarso Venceslau, ex-membro do Partido dos Trabalhadores, prevista para as 11h desta terça-feira (4) na CPI.



03/04/2006

Agência Senado


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