José Jorge aponta participação de Thomaz Bastos na defesa de Palocci e Mattoso
O líder da minoria, senador José Jorge (PFL-PE), afirmou nesta segunda-feira (10) não estar incluída nas atribuições do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a defesa de membros do governo, referindo-se a Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, e Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, acusados de terem quebrado ilegalmente o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
José Jorge destacou informação da revista Veja que, em sua mais recente edição, denunciou a participação de Márcio Thomaz Bastos em reunião na casa de Palocci, após o vazamento à imprensa do extrato bancário de Francenildo, para discutir a estratégia de defesa do ex-ministro e de Mattoso.
O senador recordou que a quebra do sigilo do caseiro foi conseqüência do depoimento de Francenildo à CPI dos Bingos e que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar em mandado de segurança impetrado pelo senador petista Tião Viana (AC), o que interrompeu o depoimento.
- Houve grande movimentação para impedir que o caseiro falasse e conseguiram. Vários parlamentares governistas me diziam que eu não deveria insistir no depoimento do caseiro e se criou a confusão de que o caseiro teria recebido dinheiro - lembrou o senador.
Para José Jorge, a operação montada para desacreditar Francenildo não foi de responsabilidade apenas do ex-ministro Antonio Palocci, e, sim, do governo, tendo em vista a presença de dois assessores do ministro da Justiça na casa de Palocci na noite do dia 16 de março, quando o caseiro prestava depoimento à Polícia Federal. O senador afirmou que a polêmica em torno da quebra do sigilo de Francenildo continua porque "a verdade ainda não apareceu".
10/04/2006
Agência Senado
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