Efraim diz que, se fosse o relator, teria incluído os nomes de Gilberto Carvalho e José Dirceu nos pedidos de indiciamento
O senador Efraim Moraes (PFL-PB), presidente da CPI dos Bingos, parabenizou o relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), pelo "trabalho extraordinário" realizado na elaboração do texto apresentado nesta quinta-feira (8). Efraim destacou a "conduta retilínea e ilibada" de Garibaldi, mas ponderou que, fosse ele próprio o relator, não teria hesitado em incluir nas recomendações de indiciamento os nomes do ex-ministro José Dirceu e do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho.
Para Efraim, as provas existentes, os depoimentos colhidos pela CPI e aquilo de que ele tem conhecimento constituiriam motivos suficientes para que os dois estivessem no relatório final. José Dirceu e Gilberto Carvalho são acusados de participação no esquema de arrecadação de propina durante a administração petista na Prefeitura de Santo André (SP).
Efraim frisou, no entanto, que respeita a posição de Garibaldi, e considera o relatório apresentado "sério, transparente, independente, feito com muita dedicação, buscando, acima de tudo, o fato determinado, sem tinturas políticas".
- Após11 meses de trabalho, é preciso lembrar que o governo não queria instalar essa CPI, e que a investigação não teria se dado não fosse a persistência da oposição, que teve que recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito constitucional das minorias - lembrou o presidente.
Efraim Moraes disse estar com a "consciência tranqüila", porque "o Congresso cumpriu seu dever". Mas ele observou que "o trabalho não pára por aqui".
- Confio no encaminhamento das investigações pelo Ministério Público, mas precisamos cobrar, fiscalizar, ajudar, para que essas pessoas que usaram e abusaram dos recursos públicos tenham o destino que merecem - alertou.
Os parlamentares poderão protocolar votos em separado, questionando pontos do relatório do senador Garibaldi, até as 18h da próxima quarta-feira (14). Não serão aceitos destaques ao texto original. A votação do relatório está prevista para o dia 20 de junho.
Policiais ferroviários federias
Em seu pronunciamento, o senador Efraim Moraes também cobrou a regulamentação da carreira dos policiais ferroviários federais. A Polícia Ferroviária, informou Efraim, precisa ser reforçada e reaparelhada - são 1.200 policiais para 23 mil quilômetros de ferrovias. Submetida às mais diversas ameaças por todo o país, essa categoria vive, segundo Efraim, "uma das maiores crises de sua história".
- Esses profissionais merecem o melhor tratamento possível por parte do governo, pois cuidam para que nossas ferrovias não se convertam em território livre para o tráfico - afirmou o parlamentar.08/06/2006
Agência Senado
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