Efraim Morais teme que indefinição do novo governo atrase programas de telecomunicações
O senador Efraim Morais (PFL-PB), líder do bloco da minoria, manifestou em discurso preocupação com a indefinição do governo na área de telecomunicações, especialmente quanto às normas para o setor, após sua privatização. O setor precisa urgentemente de novos investimentos, mas ele teme que a área seja tumultuada por motivação político-partidária.
Efraim fez um histórico dos avanços nas telecomunicações do país nos últimos oito anos, lembrando que a privatização elevou o número de linhas telefônicas de 14,4 milhões, em 1994, para mais de 75 milhões em 2001. A oferta de telefones propiciou uma rápida expansão do uso de computadores no país, especialmente aqueles ligados à Internet. Assim, o Brasil já conta 12 milhões de computadores, mas eles beneficiam apenas 7% da população, contra 51% nos Estados Unidos.
O que mais vem atrasando a -universalização digital- do país, explicou Efraim, é o alto custo da Internet nos municípios do interior, que são obrigados a fazer ligação interurbana para se conectar a um provedor do sistema da rede. Atualmente, só 350 municípios contam com provedores de acesso à Internet, ou seja, apenas 6% das cidades do país.
Para ele, a boa notícia é a discussão que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vem promovendo em torno de um projeto destinado a garantir o acesso à rede mundial de computadores por ligação telefônica local, sem interurbanos. A idéia é permitir o uso de um número, como o 0800, ou de um código local de quatro dígitos, o que reduziria o preço da ligação à Internet. Ele elogiou o programa do governo passado de instalar um computador em cada agência dos correios, pelo qual os cidadãos terão acesso ao correio eletrônico (e-mail) ou aos serviços e produtos do governo via eletrônica.
De qualquer forma, apesar das apreensões do momento e dos avanços dos últimos anos, a situação do Brasil é bem melhor em termos de telecomunicações, comparando-se com o resto do mundo. Efraim Morais citou estudo de Gilson Schwartz, segundo o qual 80% dos habitantes do planeta nunca usaram um telefone e cerca de 95% deles nunca usaram um computador, muito menos a Internet.
18/08/2003
Agência Senado
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