Efraim nega coação a Buratti em seu depoimento à CPI dos Bingos



O senador Efraim Morais (DEM-PB), em discurso no Plenário nesta segunda-feira (25), negou que, tanto ele, como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, quanto os parlamentares que a integraram tenham pressionado o empresário Rogério Tadeu Buratti em seu depoimento à CPI. Na ocasião, Buratti confirmou o envolvimento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci com a "máfia do lixo" de Ribeirão Preto e o recebimento de uma "mesada" de R$ 50 mil.

- Não fizemos qualquer tipo de coação a Buratti. O que ele disse lá, disse de livre e espontânea vontade. O que ele afirmou lá, afirmou sob juramento - declarou.

Efraim lembrou que, na semana passada, pediu que a Mesa do Senado impetrasse, junto ao Ministério Público, notícia-crime contra Buratti, para que este preste esclarecimentos sobre a retificação que fez, em cartório, em junho de 2007, de seu depoimento na comissão, negando as denúncias ali apresentadas.

- O que nós, senadores, não podemos admitir, principalmente nós, que participamos da CPI, é que esse cidadão, às escondidas, quase que às escondidas, preste um depoimento e diga que tudo o que disse é mentira. Não vamos aceitar que amanhã qualquer cidadão que tenha prestado depoimento nesta Casa diga que estava brincando - disse.

O parlamentar lembrou que as declarações de Buratti foram amplas, mencionando nomes, datas, detalhes e cifras, e que esses fatos "pertencem à história, não sendo possível refutá-los". Frisou ainda a necessidade de proteger a imagem do Parlamento e do Senado, acrescentando que os congressistas não podem permitir que se confirme a declaração do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de que o mensalão "viraria piada de salão".

Entretanto, Efraim lembrou que ainda falta a decisão da Justiça a respeito da investigação da "máfia do lixo", e que é impossível julgar antecipadamente "qualquer que seja o cidadão". Minutos antes, o senador Tião Viana (PT-AC), em discurso, havia pedido serenidade nas acusações a Palocci, que nem sequer foi julgado e já foi "condenado diante da opinião pública".



25/02/2008

Agência Senado


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