Efraim pede revisão de portaria que prejudica lavoura de algodão no NE



O senador Efraim Morais (DEM-PB) pediu nesta segunda-feira (4) que o Ministério da Agricultura reveja a Portaria nº 607, de 14 de dezembro de 2001, que proibiu a comercialização de semente de algodão com línter (espécie de penugem presa às sementes) em todo o país. O senador explicou que o línter tem, no Nordeste, uma influência e um desempenho totalmente diferentes daquilo que acontece no Sul e no Centro-Oeste.

Efraim disse que recebeu um ofício do secretário do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba em que revela as dificuldades pelas quais a agricultura familiar do Nordeste está passando devido à proibição do Ministério da Agricultura. O senador informou que a semente de algodão com línter absorve e retém a umidade, o que é benéfico quando plantada no Nordeste, mas é ruim para o Sul e o Centro-Oeste onde, devido ao regime diferenciado de chuvas, a umidade resulta em fungos e perda de produção.

Outro problema assinalado por Efraim é que o preço da semente sem línter (R$ 9,50 o quilo) é três vezes o preço da semente com línter (R$ 3,50 o quilo), pois só existe uma unidade de deslintamento no país, Minas Gerais. Este valor, explicou, inviabiliza o processo manual em área de cultivo de até cinco hectares. Além disso, continuou o senador, a semente mais cara não aumenta a produtividade histórica da região.

- Creio que o atual governo, que tanto alardeia sua preferência pelos menos favorecidos, deveria rever essa malfadada portaria, para que os pequenos produtores que tentam sobreviver da atividade agrícola possam viver extraindo o seu sustento do fruto do trabalho em suas propriedades. Seria mais razoável se o prescrito na portaria se aplicasse apenas às regiões mais úmidas, pois devido ao modo de armazenamento, as sementes ficam realmente danificadas por fungos - concluiu.



04/06/2007

Agência Senado


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